STBB: 12 cêntimos de aumento no subsídio de alimentação em 20 anos “é gozar com quem trabalha”

O Sindicato Têxtil da Beira Baixa reivindica, pelo menos, 90 euros de aumento para cada trabalhador do setor e aumento do subsídio de alimentação para 4,5 euros, sob pena de avançar com formas de luta mais duras, disse Marisa Tavares, presidente do sindicato, em conferência de imprensa.

 “As empresas só têm um caminho para travar esta mobilização e a possibilidade de avançarmos com ações de luta, nomeadamente, até a realização de greves, é renegociar o contrato, que se sentem à mesa connosco para negociar a valorização das categorias profissionais e o aumento do subsídio de alimentação, só por esta via é que vão travar a nossa luta e a mobilização que estamos a fazer nas empresas”, vincou.  


Marisa Tavares dá conta que durante todo o ano de 2022 o setor esteve em luta pelo aumento do subsídio de alimentação, que não era revisto há 20 anos, e que o patronato avançou com 12 cêntimos de aumento, passando de 2,35 para 2,47, o que “é vergonhoso, é gozar com quem trabalha”, sublinha a sindicalista.

A dirigente, ainda assim, considera positivo “haver uma porta aberta, por parte da ANIL, Associação Nacional dos Industriais de Lanifícios, para esta negociação, algo que não acontecia há 20 anos.

Mariza Tavares explica ainda que com a ANIL as negociações são retomadas amanhã, dia 13, com a ANIVEC, Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confeção, estão suspensas, alertando para o seu desbloqueio.

Reitera que no que toca ao subsídio de alimentação “o único aumento possível, aceitável, necessário e justo é o aumento para os 4,5 euros”.

No encontro com os jornalistas salientou, ainda, que a tabela salarial “recomendada” pelas associações patronais e enviada para as empresas quando as negociações foram suspensas, traduziu-se num aumento de 55 euros, o que fica muito aquém do pretendido, sublinhando que “devido ao aumento do salário minino em janeiro”, muitas categorias “viram o aumento acontecer por essa via e muitas categorias foram absorvidas”, deixando de haver diferenciação de categorias, passando a ser um setor de salário mínimo”, denuncia.

“Nós o que pretendemos é a diferenciação das categorias e por isso um aumento de 90 euros para todos os trabalhadores”, sublinhou.

A dirigente alerta que há trabalhadores do setor que estão a sair destas empresas para o setor dos polimentos, por exemplo, precisamente por causa do valor do subsídio de alimentação.

Sublinha que se a empresas valorizarem os trabalhadores por via dos aumentos e diferenciação salarial, bem como aumentando o subsídio de alimentação, “o setor terá futuro, pois os jovens entram nas empresas e ficam nas empresas”.