Assembleia de Freguesia da Boidobra adiada pela segunda vez

A reunião da Assembleia de Freguesia da Boidobra, agendada para ontem à noite, foi adiada para data a definir, continuando por votar os documentos referentes às contas de 2022 da Junta de Freguesia.

António Freitas, presidente da assembleia, avisou por email, poucas horas antes da reunião, que estava doente e pediu substituição. A primeira secretária do órgão assumiu o cargo de presidente em exercício, mas, por não se sentir capaz de dirigir os trabalhos, pôs à votação o adiamento da sessão.


“O presidente está doente, a lei diz que a primeira secretária substitui, tudo certo, foi feito, mas não estou a par de várias coisas, não me sentia com capacidade para dirigir os trabalhos da assembleia daí ter pedido a remarcação da reunião”, explicou Maria João Gonçalves.

Ainda antes da votação, Marco Gabriel, presidente da Junta de freguesia, pediu a palavra para mostrar a sua insatisfação com a situação, colocando a tónica no bom funcionamento das instituições que todos os eleitos devem conhecer.

Para o autarca está em causa “o regular funcionamento da assembleia”, uma situação causada “por quem deve ser o primeiro a zelar pelo seu bom funcionamento, que é o seu presidente”, explicou à Rádio Clube da Covilhã.

“A primeira pessoa que tem de zelar pelo regular funcionamento é o próprio presidente. Enviar um email cerca de duas horas antes, a dizer de forma genérica, «estou doente e proponho que a assembleia se realize dentro de dois dias», não afirmo, mas faço a pergunta, isto deve configurar uma perda de mandato, porque é claramente não perceber como funciona uma Assembleia de Freguesia. Não é pela falta do presidente que não se faz, há formas de substituir, isto não é um grupo de amigos que combina reunir-se”, disse Marco Gabriel, destacando o facto de que havia quórum para que a assembleia funcionasse.

O autarca realça ainda que a proposta de nova reunião seria para a hora e dia em que está agendado um concerto para comemorar os 30 anos de elevação da Boidobra a Vila.

“Para além de ilegal, é de mau tom fazer essa proposta”, disse o presidente.

A proposta de remarcação foi posta a votação pela presidente em exercício, teve 4 votos favoráveis (PS e coligação Juntos Fazemos Melhor) e 4 contra (CDU), servindo o voto qualidade da presidente do órgão para aprovar a remarcação.

Recordar que a votação dos documentos esteve inicialmente marcada para dia 28 de março, mas, uma vez que o presidente do órgão alegou que a documentação referente às contas de 2022 chegou fora de prazo aos eleitos, a votação foi inviabilizada e marcada nova assembleia para esta quarta-feira à noite, que acabou por ser novamente adiada.