Vê Portugal: Turismo interno no centro representa 4,4M dormidas. Números justificam “mais do que atenção”

O turismo interno representa na Região Centro mais de 4,4 milhões de dormidas. Números que só por si, disse o presidente da Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado, justificam “mais do que a atenção” e discussão que ao longo do dia de hoje e manhã vai acontecer na Covilhã, durante o fórum Vê Portugal, cujos trabalhos estão centrados no Teatro Municipal.

Um setor que continua a crescer de forma sustentável e que por isso justifica a atenção que se lhe está a dar, defendeu o responsável.


“Para se ter uma ideia de escala, só em 2022 o turismo interno no Centro representou 4.411.497 dormidas. Em 2019, ano de referência, 4.016.888”, detalhou o responsável, que, para demonstrar o crescimento frisou que em 2013 representava 2,4 milhões de dormidas. “Um mercado que continua a crescer de forma consistente, e que, à data de hoje, continua na senda do crescimento. Pelos números, justifica mais do que a atenção que lhe estamos a dar”, disse.

O responsável falava durante a sessão de abertura do Fórum Vê Portugal, que decorreu hoje ao início da manhã.

Uma cerimónia em que, na qualidade de autarca anfitrião, Vítor Pereira sublinhou a importância do turismo na região, considerando-o “fundamental no desenvolvimento social, económico e cultural”, sendo “gerador de emprego”. Defende que é “crucial que todos se mantenham atualizados e engajados nas últimas tendências e desafios do setor”, o que se consegue, também, com iniciativas como esta.

“Este evento representa um momento crucial para o setor”, sublinhou, vincando que aqui “se podem explorar oportunidades para o turismo no interior”.

Turismo e sustentabilidade devem andar de mãos dadas, defendeu ainda o autarca, colocando a tónica para o desenvolvimento do setor na inovação.

Considera este Fórum fundamental para refletir sobre os desafios e oportunidades do setor, vincando que o turismo pode e deve ser uma força positiva.

“É crucial que trabalhemos juntos para reconstruir e fortalecer o setor do turismo de forma sustentável, devemos considerar cuidadosamente a preservação do meio ambiente, a inclusão social e a inclusão de práticas responsáveis. O turismo pode e deve ser uma força positiva para a proteção da natureza, conservação do património cultural, valorização das tradições locais e o respeito pela identidade cultural, mas também pela criação de oportunidades para todos”, disse.  

Mário Raposo, reitor da UBI, defende que só com uma abordagem conjunta se pode ter o turismo como gerador de coesão territorial.

Para o reitor, promover de forma sustentável as regiões de baixa densidade é fundamental para criar novas oportunidades de emprego e atrair investidores, por forma a reter população.

“A opção de promoção das regiões tem origem naquelas que são as suas necessidades especificas e assenta nas potencialidades inerentes aos recursos locais”, disse

Puxando dos seus galões de professor de gestão e marketing há 40 anos, defende que aqui entram campanhas de marketing territorial.

“Um dos instrumentos de promoção das regiões é sem dúvida o marketing territorial. Para se afirmarem, os territórios precisam de adotar uma perspetiva de mercado, em relação aos seus produtos, ou seja, ao que têm para oferecer aos seus públicos potenciais que, inevitavelmente, comparam os territórios entre si e selecionam os que mais se aproximam dos seus interesses”. Para o reitor o Marketing territorial surge como um processo que tem como objetivo último “o desenvolvimento local, mobilizando recursos e tirando partido das vantagens competitivas da região”, sublinhou.

Nuno Fazenda Secretário de Estado do Comércio e Turismo, sublinhou o bom desempenho do setor do turismo na economia nacional.

Frisa que o turismo é o setor que continua a crescer e ultrapassar receitas ano após ano, vislumbrando-se, também, um bom 2023, uma vez que em cada mês se está a ultrapassar indicadores.

Um desempenho que se deve a políticas publicas, disse, afirmando que “ainda assim não se dá por satisfeito”.

“Apesar deste desempenho não nos damos por satisfeitos, queremos continuar a crescer, e a crescer melhor, um turismo mais sustentável, mais inclusivo e mais coeso”, disse.

Sem prejuízo dos destinos turísticos que são bandeira, “é preciso fazer mais pelo turismo para o levar a todo o território”, voltou a referir, tal como já tinha feito no lançamento público da Agenda do Turismo para o Interior, que aconteceu no mesmo palco do Teatro Municipal da Covilhã.

Recorda que a agenda assenta em quatro grandes prioridades: A valorização do território, no reforçar da competitividade das empresas, em reter e atrair pessoas talentosas para o setor do turismo e na promoção turística para dar mais visibilidade ao turismo no interior.

Dizer que o fórum “Vê Portugal, Tecer Novos Caminhos para o Turismo Interno” vai na 9ª edição e decorre até amanhã no Teatro Municipal da Covilhã.