Assembleia Municipal da Covilhã aprova contas consolidadas

As contas do grupo Município da Covilhã, referente ao ano de 2022, que englobam a autarquia, empresas municipais e participadas, foram aprovadas por maioria na Assembleia Municipal da Covilhã.

Jorge Vaz, em representação do grupo municipal do PSD, frisa que o documento “não tem as contas individuais das empresas”, nomeadamente ADC, ICOVI e Parkurbis, realçando ainda que “as contas estão aprovadas desde o final de março” e “não foram remetidas aos eleitos da Assembleia Municipal para uma análise rigorosa e atempada” e para que “o órgão possa desempenhar as suas funções legais de acompanhamento e controlo das referidas empresas”.


O grupo municipal da CDU, sublinhou que, ao nível dos movimentos extra contabilísticos, o relatório “mais parece um acerto de contas entre as empresas do grupo municipal”.

“Anulações de investimentos, de aquisições, de renda, de pagamentos, de dívidas, de prestação de serviços e adições monetárias” foram alguns dos exemplos apresentados por Vítor Reis Silva.

Fernando Pinheiro, da coligação Covilhã tem Força, salientou que o relatório de contas “deveria traduzir as demonstrações das entidades que constituem o perímetro de consolidação do município”, algo que “não acontece”.

“Porque não vêm os administradores a esta assembleia explicar e detalhar o exercício financeiro e estratégias económicas das várias empresas?”, questionou.

João Bernardo, da bancada do CDS, realçou “a incongruência de haver presença na aprovação das contas da ADC e as
mesmas não estarem refletidas nas contas consolidadas”.

“As contas consolidadas, supostamente, deviam ser as contas do Município da Covilhã, que devia dar o exemplo às outras todas e, infelizmente, constatamos que a câmara municipal, quando deixa por executar mais de 12,5 milhões de euros nas contas, nunca pode ser exemplo para as outras empresas do município”, concluiu.

Carlos Martins, presidente da Junta de Freguesia da União de Freguesias da Covilhã e Canhoso, votou favoravelmente, mas defendeu “contas consolidadas separadas”, sublinhando que, se assim fosse, “alguns votos seriam diferentes”.

Em defesa das contas e da gestão esteve o grupo municipal do PS. Hélio Fazendeiro vincou que os números e resultados apresentados “são motivo de regozijo, mas, sobretudo, motivo de orgulho para a Covilhã e para os covilhanenses”.

As contas apresentam um resultado consolidado positivo de 806 mil euros, com uma redução de dívida de 5.7 milhões.

“Vale a pena relembrar que foi este o exercício orçamental que permitiu baixar impostos, reduzir a dívida municipal, aumentar o apoio às famílias, às empresas, às associações e às Juntas de Freguesia”, destacou.

Às críticas à oposição respondeu Vítor Pereira, presidente da Câmara Municipal da Covilhã, explicando que “os movimentos não têm apenas a ver com as empresas municipais”, apresentando, como exemplos, as escolas e novas habitações, que também constam no relatório.

“O ideal era que se pudesse olhar para o documento e ver as contas individualizadas”, vincou.

As contas foram aprovadas com 23 votos a favor e 12 votos contra.

Os restantes pontos da agenda foram aprovados, nomeadamente a adesão à Associação Portuguesa das Cidades e Vilas de Cerâmica, o regulamento geral das zonas de estacionamento tarifado e o regulamento da gestão do arvoredo em meio urbano.