“Do Fiar ao Trajar – Seminário de Cultura Popular”, assim se chama o seminário que o Rancho Folclórico da Boidobra (RFB) organiza durante o dia 21 de outubro, no Núcleo Museológico da Real Fábrica Veiga do Museu de Lanifícios.
O evento conta com palestras, visita ao Museu de Lanifícios e um espetáculo etnográfico por parte do Rancho Folclórico da Boidobra. Entre as palestrantes estão nomes como o de Elisa Calado Pinheiro, fundadora do Museu de Lanifícios, Rita Salvado, diretora atual do Museu, Cristina L. Duarte, professora da UBI, ou Daniel Café, presidente da Federação do Folclore Português.
Alexandre Pereira, presidente do Rancho Folclórico da Boidobra, em conferência de imprensa do evento que decorreu na esta terça-feira, avançou que o seminário “pretende trazer outras vertentes da cultura para a população”, realçando que “a cultura popular é com certeza mais do que danças e cantares”.
Referindo-se ao traje, que é um dos motes do seminário, Alexandre Pereira afirmou que “o trajar tem muito mais que se lhe diga” e que é intenção da organização “mostrar todo o caminho que os trajes percorrem desde a obtenção da matéria-prima até à sua confeção”, destacando a importância da vertente ambiental, económica e social.
Paulo Jerónimo corroborou as palavras de Alexandre Pereira dizendo que o seminário “pretende fazer uma viagem no tempo desde a produção dos tecidos até à influência que estes tecidos tinham no modo de vestir da comunidade da época, do primeiro quartel do século XX”.
O diretor técnico do RFB acrescentou também que o evento quer “dar seguimento aos objetivos e missão” da associação, uma vez que “os grupos de folclore não se devem cingir apenas ao cantar e ao dançar”. “É isso que nós pretendemos: ensinar, formar e que as pessoas vejam nos grupos de folclore algo mais do que pisar um palco”, disse.
Por seu lado, Rita Salvado, do Museu de Lanifícios, que aceitou prontamente a parceria, disse que “na cultura industrial covilhanense, os conceitos de cultura popular, cultura do povo e cultura para o povo sobrepõem-se a avivam o que nos é essencial, que é ser uma cultura pelo povo”, pelo que este seminário é importante no esclarecimento de alguns destes conceitos.
Admitiu ainda que “o nosso território é um território fértil para refletirmos sobre a cultura popular e para encontrar e representar melhor o nosso carácter e identidade como comunidade”. Concluiu que “com certeza que o Museu de Lanifícios está muito realizado e muito entusiasmado com o que este seminário promete”.
Já Margarida Pereira, da Fundação INATEL, reconhecendo os conhecimentos adquiridos ao longo dos 50 anos de história e o “orgulho” que tem na associação, afirmou que “trabalhar com o Rancho Folclórico da Boidobra é meio caminho andado para que as coisas corram bem”.
O Seminário de Cultura Popular – “Do Fiar ao Trajar” – é organizado pelo Rancho Folclórico com a parceira do Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior, da Câmara Municipal da Covilhã, da Junta de Freguesia da Boidobra e da Fundação INATEl. Conta com apoio da Direção Regional de Cultura do Centro, traduzido num valor de 1000 euros, e de 250 euros do INATEL.
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