PCP exige travão no aumento das rendas e taxas de juro. Moção aprovada em Belmonte e chumbada na Covilhã

Na Assembleia Municipal da Covilhã, o líder do Grupo Municipal do PCP, Vítor Reis Silva, apresentou uma moção sobre habitação, tendo em vista as dificuldades das famílias em fazerem face aos custos com as rendas e os juros.

É proposta a “redução do valor das prestações, assegurando que os bancos suportam com os seus lucros o aumento das taxas de juro” e exige-se “a fixação do aumento das rendas de casa, fixando-o em 0,43 e a concretização da resposta ao levantamento de carências habitacionais inscrita na carta de habitação de cada município”, disse o eleito.


Hugo Lopes (PSD) disse que a moção propõe que, numa situação de inflação de quase 10% e um possível teto máximo de 2% de aumento na renda, os senhorios fiquem a perder 8%.

Na sua intervenção o líder da bancada laranja “contrapropõe com a redução de impostos pagos”, porque os senhorios pagam cerca de 28% de impostos, “e neste caso todos ganham, o arrendatário e os inquilinos, só se perde a cobrança de impostos para o estado”, sublinhou.

Vítor Pinho considera que o documento “revela falta de oportunidade e sentido político” uma vez que o Governo já tomou medidas”, vincando que se trata de “um documento policopiado na direção central do partido para ser apresentado em todo o país”, disse

Uma moção de igual teor foi apresentada na Assembleia Municipal de Belmonte.

Neste caso a moção foi levada à comissão permanente, disse eleita da CDU, Rosa Coutinho. A eleita apelou aos membros na Assembleia Municipal que refletissem no seu sentido de voto, defendendo que a moção espelha “medidas imediatas para que as pessoas não percam as suas casas”.

Luís António, líder do Grupo Municipal do PS, elencou as políticas que o Governo tem no terreno sobre a habitação, frisando que esta problemática se vem arrastando ao longo dos anos e o PS não é alheio” a ela.

Pediu interrupção dos trabalhos por 5 minutos para dialogar com a bancada sobre o tema e no final, afirmou que “embora a moção não esteja bem fundamentada”, o PS entendeu votar favoravelmente o documento.

Para o PSD, disse Acácio Dias na declaração de voto, o problema de falta de habitação “jamais se poderá colmatar com as medidas propostas pelo Governo nem com as preconizadas pela CDU”, defendendo que deve ser promovido a redução do custo de construção e a redução de impostos nesta matéria.

A moção foi aprovada na Assembleia Municipal de Belmonte, com os votos a favor de PS e CDU (11) e a abstenção do PSD (8).

Na Covilhã a moção foi rejeitada com 35 votos contra, dois a favor e três abstenções.