Estudantes apelaram pela justiça climática e autarquia covilhanense mostrou-se “grata” pela ação

Decorreu esta sexta-feira, 15 de setembro, entre o Pólo Principal da UBI e a Câmara Municipal da Covilhã, uma marcha estudantil “contra a inação das instituições” e “pela justiça climática”, organizada por um grupo de jovens estudantes denominado Greve Climática Estudantil Covilhã. O protesto inseriu-se numa iniciativa internacional com dezenas de ações de protesto marcadas em vários pontos do mundo.

Com início às 11:00, o grupo de oito estudantes partiu da entrada da Universidade da Beira Interior e caminhou, Avenida Marquês d’Ávila e Bolama acima, em direção ao edifício da Câmara Municipal, de onde desceu Hélio Fazendeiro, chefe de gabinete do Presidente Vítor Pereira, para auscultar as preocupações e reivindicações dos jovens.


Entre as reivindicações do grupo de manifestantes, está a transição para eletricidade 100% renovável e acessível até 2025, “de modo a que este seja o último inverno no qual seja utilizado gás fóssil para a produção de eletricidade”, e o fim ao fóssil até 2030.

Beatriz Curto, jovem de 13 anos que estuda em Penamacor, porta-voz do grupo, conta aos jornalistas como, sentindo-se muito inspirada por Greta Thunberg, surgiu esta ação:

“Eu quero ter um planeta habitável no futuro. Por isso, temos de agir, de tentar evitar passar os 1,5º C, pois estamos a passar muitos pontos sem retorno. Dá para ver todas as catástrofes climáticas que já existem, como por exemplo os cinco mil mortos na Líbia, os incêndios devastadores na Grécia, na Espanha… É ver todas essas catástrofes climáticas, e nem sequer chegámos aos 1,5 ºC de aquecimento”, disse.

Beatriz Curto manifestou ainda a importância de esta luta ser conjunta, em todo o território:

“É importante que em todo o país se mostre que o governo tem de agir. Não é só em Lisboa nem nas grandes metrópoles que as pessoas querem ação climática. [É importante] mostrar que em todo o país as pessoas vêem a crise climática e querem mudança”, afirmou.

Por seu lado, Hélio Fazendeiro, ao encontro do grupo de jovens, conta aos jornalista que vê “com grande satisfação e conforto com o futuro” esta iniciativa. O chefe de gabinete, dizendo que “a Câmara Municipal só existe para ir ao encontro das necessidades da população”, conta como foi “gratificante” ouvir os jovens. Entre as reivindicações dos jovens, Hélio Fazendeiro tentou mostrar como o Município “desde há uns anos, tem procurado dar resposta”.

No percurso, ouviram-se alguns cânticos de protesto: “Negociar o quê? Não há Planeta B!”, “Justiça climática já!”, “Se continuarmos a terra a gás, ó Terra ciao, ó Terra ciao, ó Terra ciao ciao ciao, menos conversa e mais ação, somos a revolução!”, “Para a nossa espécie não ficar extinta, neutralizar até 2030!”.