Cinco mil utentes da UCSP do Tortosendo podem ficar sem médico de família

Em dezembro, com a saída de dois médicos da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) do Tortosendo, cerca de cinco mil utentes podem ficar sem médico de família, juntando-se aos cerca de 1700 que estão já sem médico de família.

Esta situação, que se arrasta “há muito tempo”, requer “uma atitude musculada por parte do Ministério da Saúde”, defende David Silva, Presidente da Junta de Freguesia do Tortosendo, em declarações à Rádio Clube da Covilhã. Por esse motivo, a JF solicitou ao Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, um pedido de audiência com caráter de urgência no sentido de obter uma solução.


David Silva afirmou que, dos 14263 utentes inscritos na UCSP do Tortosendo, cerca de 12% estão sem médico de família, resultado de naquele centro de saúde existirem apenas oito médicos (mais um com avença). Em dezembro, revela o presidente da JF, dois médicos vão sair. Uma por fim de contrato e outro por aposentação, apesar de ter pedido licença especial, ainda sem resposta.

Feitas as contas, o Centro de Saúde do Tortosendo passará a ter seis médicos (mais um com avença), e isso preocupa a Junta de Freguesia do Tortosendo pois aquela entidade serve toda a zona sul do concelho da Covilhã, perfazendo mais de 50% das suas freguesias: Tortosendo, União de Freguesias Barco e Coutada, Dominguiso, Cortes do Meio, Unhais da Serra, União de Freguesias Peso e Vales do Rio, Erada, União de Freguesias Casegas e Ourondo, Paul, Sobral S. Miguel, São Jorge da Beira, Aldeia de São Francisco de Assis/Barroca Grande.

A verificar-se a perde efetiva de dois médicos de família no Tortosendo, sobe para 35% o número de utentes inscritos sem médico de família, “situação grave”, como descreve o presidente da Junta de Freguesia.

O pedido ao Ministro da Saúde foi hoje efetuado e ainda não obteve resposta.