Covilhã: Termina hoje prazo para consulta pública do Plano Municipal de Ação Climática

O Plano Municipal de Ação Climática da Covilhã, elaborado pela equipa interna de Planeamento da Câmara Municipal e técnicos da Ecosativa, está disponível no Geoportal do Município, sendo que hoje (26) é o último dia de consulta pública.

Recordar que José Armando Serra dos Reis, em sessão de apresentação do plano, explicou que, no conjunto de documentos, estão espelhadas as ações e iniciativas que os serviços municipais podem realizar, e ao mesmo tempo, sensibilizar outras instituições para também seguirem o exemplo, com o principal objetivo de “diminuir a pegada carbónica no planeta”.


Joana Veríssimo, técnica da Ecosativa, sublinha que o plano foi elaborado tendo como ponto de partida a Lei de Bases do Clima, estudando a situação especifica do concelho da Covilhã e contém medidas concretas de adaptação global e efetiva às alterações que se preveem.

Segundo revela, foram criados mapas com previsão dos cenários a ocorrer em 2050, se nada for feito, face à concentração de gases com efeitos de estufa.

Será expectável que a temperatura máxima, média e mínima aumente, que haja mais ondas de calor, com mais dias de temperatura de verão, mesmo que não se esteja nesta estação, mais dias com noites tropicais e uma diminuição da precipitação média, embora esta seja concentrada em menos dias e, por isso, seja muito intensa.

Um cenário que prevê aumento das secas e, ao mesmo tempo, aumento da precipitação excessiva em alguns dias.

O plano prevê medidas com objetivos de garantir a segurança hídrica; garantir condições mínimas de habitação; assegurar a saúde pública; proteger e conservar o património natural e paisagístico; valorizar os setores agrícola e florestal; promover a adaptação do turismo; garantir a segurança pública e a prevenção de acidentes; garantir a segurança alimentar; promover a eficiência energética e o autoconsumo; reduzir a emissão de GEE e garantir o conforto bioclimático dos espaços públicos.

Específica que foram identificadas 10 áreas de intervenção prioritária, nomeadamente, recursos hídricos, de forma a responder aos ciclos de défice hídrico e prevenir episódios associados ao excesso de precipitação. A habitação com a identificação de situações de carência habitacional e implementação de medidas de melhoria das condições e de acompanhamento social.

Na saúde pública com reforço dos meios de saúde pública e de monitorização alergológica e epidemiológica.

Prevê-se ainda ações no campo dos ecossistemas, habitas e biodiversidade; setor agrícola e florestal; proteção civil e prevenção de acidentes; segurança alimentar; política energética; monitorização do clima e comunicação e sensibilização.

Com 38 medidas no total, 15 serão em infraestruturas verdes, isto é, relacionadas com o património natural, e nove em infraestruturas cinzentas, relacionadas com o meio urbano e 14 em casos que não se enquadram nas anteriores.

Nas infraestruturas verdes, entre outras medidas, o plano aponta para a densificação da vegetação urbana, em espaços públicos e privados; promoção da infiltração de água no solo; avaliação da conversão de áreas urbanas em leito de cheia; promoção de mosaicos florestais; promoção de agricultura multifuncional; promoção de métodos locais de captação de água; promoção de espécies vegetais autóctones; revalorização dos ecossistemas ripícolas; proteção de habitats prioritários; revegetação e estabilização de taludes e a promoção de métodos de prevenção da erosão na agricultura.

No caso das medidas em infraestruturas cinzentas, constam no plano medidas como a promoção de sistemas alternativos de abastecimento de água; melhoria da eficiência dos sistemas de abastecimento de água; eliminação de tráfego em áreas determinadas; criação de bolsas de estacionamento exteriores aos centros históricos; expansão da mobilidade pedonal em meios mecânicos; criação de acessos pedonais e rodoviários alternativos em meio urbano; aumento da compacidade urbana; consolidação das acessibilidades às freguesias mais periféricas e despovoadas e a promoção de coberturas verdes e paredes vegetadas em edifícios.

O plano prevê ainda a realização de campanhas de sensibilização e promoção da eficiência energética.

A versão final do plano, após o período de consulta pública e aprovação pela autarquia e demais entidades, será também articulada com o Plano Diretor Municipal (PDM), cuja revisão está em curso.

Pode consultar o plano AQUI.