Estado “vergonhoso” da estrada Covilhã/Ferro junto à Central Solar denunciado na AF Boidobra

O estado da estrada municipal 506, junto à Central Solar que está a ser instalada na Quinta do Prazo, “é vergonhoso”, disse Paulo Gonçalves, morador próximo do local, ontem à noite durante a Assembleia de Freguesia da Boidobra.

Na sua intervenção, enquanto público, na Assembleia de Freguesia, disse que o calvário dura desde junho de 2022, altura em que começou a desmatação dos terrenos com barulho desde as 06:00, culminando agora com o estado em que se encontra a estrada.


Relata que das várias comunicações feitas com o município não recebeu qualquer resposta.

“Quem lá mora não interessa nada”, disse. Detalha que alertou a Câmara Municipal durante a primeira enxurrada de água na zona, a 31 de agosto de 2023, avisando que a “continuar assim o inverno seria complicado”.

Aponta que a única resposta da câmara foi um telefonema que a estrada seria fiscalizada esta semana, mas por escrito nada. Relata ainda que já se está a proceder ao alcatroamento, mas o que se está a fazer “não é nada”, vincando que “daqui a semana haverá buracos outra vez”.

Marco Gabriel, presidente da Junta, refere que a própria autarquia já questionou a Câmara Municipal da Covilhã sobre esta matéria por diversas vezes, incluindo em reuniões da Assembleia Municipal.

Considera que com a obra que ali se está a fazer, a Câmara Municipal da Covilhã perdeu a oportunidade de requalificar a estrada.

“Quando o projeto chegou à CMC vinha com todos os pareceres positivos, e foi para o departamento de urbanismo e não houve a capacidade de dizer «alto lá, estamos a falar de uma obra que ocupa 50 ha do nosso território, passa uma estrada municipal no meio, vamos ver como tiramos mais-valias disto»”, considerou, apontando que “deve haver diálogo entre o departamento de obras e o urbanismo no município”.

O autarca refere que já reuniu com a empresa e com o empreiteiro, não com o dono de obra, e que, entre outros, exige a construção de valetas e quedas de água. Relata que os funcionários da junta têm sido chamados a resolver algumas emergências e a fazer limpeza de valetas, num caminho municipal que ali existe, sustentando que “não deve ser a parte pública a gastar ali verbas, porque o prejuízo está a ser causado por um privado”, disse.

Marco Gabriel avança que irá, junto com os moradores daquele local, à reunião pública da Câmara Municipal da Covilhã, na próxima sexta-feira, para questionar a autarquia sobre esta matéria.

Foto: Facebook Maria Correia