Fundão: Redução do apoio dos CTT põe em risco serviço nas Juntas de Freguesia

A empresa CTT informou as Juntas de Freguesia do concelho do Fundão que pretende reduzir o valor do contrato que liga as duas partes, pondo em risco a prestação do atual serviço, ou até mesmo, em alguns casos, a existência sesse serviço ao balcão das juntas, disse Paulo Fernandes durante a reunião pública da Câmara Municipal do Fundão.

O autarca relata que as juntas de freguesia deram conta à Câmara Municipal da situação, especificando que a revisão dos contratos “à baixa” pode chegar aos 50% do valor.


“Nós sabemos que esse serviço é de inegável relevância para o território, sobretudo nas freguesias mais afastadas do nosso território e para os mais idosos”, aponta, sublinhando que é também um reforço dos serviços da Junta, que com esse protocolo viam reforçada “a capacidade de ter serviços permanentes ao cidadão”.

O autarca avança que a Câmara Municipal do Fundão já está a reunir todos os elementos para “enviar uma exposição” à administração dos CTT, dando conta das preocupações da Câmara Municipal e sugerindo “uma maior reflexão”, vincando que não se pode só atender ao tempo que os funcionários se dedicam ao serviço dos CTT, é preciso ter em conta também o “custo da disponibilidade”.

Paulo Fernandes alerta que as populações não podem ficar privadas deste serviço, e se os balcões nas juntas de freguesia fecharem, “alguém terá que conseguir chegar ao cidadão” com os custos que tal acarreta, uma situação que vai reforçar na missiva a entregar à empresa.

Vinca que a “combinação com as juntas foi uma excelente ideia para ter este serviço em todo o território”, esperando que a situação possa ser ainda “repensada” por parte dos CTT.

Aos jornalistas, no final da reunião, o presidente dá conta que esta é uma situação que está a acontecer em todas as freguesias que têm protocolo com os CTT, no caso 17 das 23 freguesias do concelho, e que tal penaliza mais as mais afastadas, vincando que em alguns casos se está a falar em valores na ordem dos 700 a 800 euros mensais, que podem ser a diferença “entre ter o serviço ou não”.

“Já fomos vivendo esta perda da qualidade dos serviços dos CTT nos últimos anos”, aponta, frisando que se a empresa “reduz o valor, é muito provável que se reduza a qualidade desse serviço”, apontando que uma das reduções “pode ser a acessibilidade, funcionando só um dia por semana”. “No limite pode haver juntas que que deixam de ter capacidade de ter funcionário”, disse.

Neste aspeto Paulo Fernandes defende que o critério “simplista e economicista” de dizer que “o funcionário não precisa de ter tantas horas disponíveis para o trabalho dos CTT, não cola”, alertando para a disponibilidade, porque “ter uma pessoa disponível para prestar esse serviço, cofinanciado pela Junta, é muito mais interessante do que fazer centenas ou milhares de quilómetros para o fazer”, defende.

São preocupações que a Câmara Municipal do Fundão vai enviar já esta semana à administração dos CTT, numa “carta de protesto e de sensibilização” para a mudança de posição da empresa.