Canhoso: Teto da junta desaba e Carlos Martins aponta dedo à CMC. Câmara vai avançar com a obra  

Parte do edifico da Junta de Freguesia no Canhoso ruiu e a União de Freguesias da Covilhã e Canhoso aponta o dedo à Câmara Municipal da Covilhã que não respondeu em tempo útil às solicitações para o arranjo das infiltrações no edifício, avançou Carlos Martins, presidente da Junta de Freguesia.

A Câmara da Covilhã responde que tem o procedimento a decorrer nos serviços municipais e que vai avançar com a obra o mais rápido possível.


Em conferência de imprensa realizada esta manhã na sede da junta, o autarca realça que Vítor Pereira, presidente da Câmara Municipal da Covilhã, uma vez mais, “está de má-fé para com a maior freguesia do Concelho”, destacando que não responde a emails, solicitações de reuniões ou ouve propostas para realização de obras na freguesia.

Sobre o caso em concreto, que obrigou à mudança da secretaria da junta para a parte do edifico em que funciona o centro de enfermagem, Carlos Martins afirma que a junta enviou mais de 30 emails para a CMC, mas não obteve resposta.

Realça ainda o facto a Câmara ter feito intervenções na parte do edifício onde decorrem obras para instalar uma creche e não ter feito o mesmo na parte da secretaria da junta.

Carlos Martins explica que no edifico, para além da secretaria, funcionam os serviços do BUPi, em colaboração com a CMC, frisando que tal demonstra “a boa-fé” da junta que poderia ter dito não à solicitação da Câmara.

O presidente da UF detalha que tanto a secretaria como os serviços do BUPi foram transferidos para o Centro de Enfermagem quando verificaram o perigo de ruína, o que veio a acontecer na última semana.

“Tomámos a melhor decisão e em boa hora. Encerrámos aquele local e dois dias após ruiu parte do teto e este fim de semana piorou. Felizmente não apanhou ninguém”, disse.

Realça que tanto Vítor Pereira, que esteve no local em 2021, como José Miguel Oliveira, vereador das freguesias, que também esteve no local, têm conhecimento da situação, frisando que já ali esteve um engenheiro da autarquia para realizar o levantamento das necessidades, mas nada foi feito.

Carlos Martins reivindica obras de impermeabilização do terraço, para que não se repita o que aconteceu, salientando que o edifico é da Câmara, cedido à extinta Junta do Canhoso.

Para Carlos Martins, esta situação espelha a falta de respeito da Câmara da Covilhã para com a União de Freguesias da Covilhã e Canhoso.

“A CMC ignora a UF Covilhã e Canhoso, não tem respeito pelos órgãos eleitos e pelas pessoas que habitam e trabalham na freguesia”, concluindo que esta situação tem um responsável. “Isto é da responsabilidade do Sr. presidente da Câmara e se tivesse havido algum ferido, o responsável era o Sr. presidente da Câmara, criminalmente”, disse.

Contactada pela RCC, a Câmara Municipal da Covilhã sublinha que “o problema está identificado e decorre de infiltrações na cobertura do edifício, que resultam da sua antiguidade e do longo período de tempo em que o mesmo esteve desocupado e sem qualquer utilização”.

Sobre a obras, detalha que “está já em curso, nos serviços municipais, o procedimento de contração de serviços externos para a realização de obras com vista à correção das referidas infiltrações”, sublinhando que “dentro do cumprimento da lei, o Município tudo fará para que a intervenção decorra com a maior brevidade possível”.

Na resposta a Câmara Municipal da Covilhã “rejeita qualquer acusação de «má-fé» e reafirma o seu empenho em prol do desenvolvimento de todas as Freguesias do Concelho”.