Jorge Fael: “Não é com lágrimas de crocodilo que se defende o Interior”

Jorge Fael considerou “criminoso” o que se está a fazer ao Interior, dando o exemplo do que faz o “dono privado dos CTT”, que está a diminuir o apoio às juntas e coloca postos de correios a funcionar em meio tempo.

O primeiro candidato da CDU no círculo eleitoral de Castelo Branco, falava este domingo, durante o almoço regional que decorreu na Covilhã e apelou à mobilização em torno do projeto CDU, pela defesa dos salários, dignificação dos trabalhadores, pelo SNS e escola pública, salientando, no entanto, a luta pela reversão dos CTT à esfera pública para acabar com a degradação do serviço.


“A CDU é precisa no parlamento para defender os serviços públicos. Para dizer que os CTT têm de ser públicos. Ontem estive em Caria. A Junta de Freguesia convocou a população porque os donos privados dos CTT, os tais que financiam o Chega, escreveram à junta a dizer que vão reduzir o apoio em 50% e que o posto dos correios só vai funcionar em meio tempo. Não é assim que se defende o interior, não é com lágrimas de crocodilo que se valoriza e se fixa população no interior. Isto é criminoso”, concluiu.

Jorge Fael mostrou-se visivelmente satisfeito com a grande adesão de apoiantes à primeira grande iniciativa depois de entregues as listas para as legislativas de 10 de março.

“Uma grande sondagem”, disse logo na abertura da sua intervenção, para mais tarde voltar ao tema e afirmar que as publicadas “são feitas para condicionar” o eleitorado.

Uma intervenção crítica, com dedo apontado ao PSD, CDS, PS, Iniciativa Liberal e Chega, recordando as promessas agora feitas, quando estes foram os mesmos que inviabilizaram essas matérias, ao votarem contra as propostas do PCP.

“Aí estão as promessas do PSD, acompanhado do CDS, que propõe agora o que ainda há meses impediu na Assembleia da República ao inviabilizar, ao lado do PS, propostas do PCP, como a recuperação do tempo de serviço dos professores ou a redução do IVA na energia. Aí estão as promessas, e as mentiras da extrema-direita, de aumento das reformas para o salário mínimo, que não têm nenhuma intenção de cumprir e a vociferar que é preciso Limpar Portugal, quando o que querem limpar são os direitos económicos e sociais conquistados com Abril, são os bolsos de quem trabalha para encher os do capital”, disse.

Já as promessas de Pedro Nuno Santos, são “uma versão recauchutada do agora é que vai ser” do PS, disse Fael.

“Promete ou anuncia agora o que não concretizou durante anos, como é o caso das portagens, quando sempre recusou as propostas do PCP nesse sentido”, relembrou, prometendo que no caso da CDU vai continuar a luta pela abolição e pela reversão das PPP.

Recorda que esta é uma região em que mais de 7.500 trabalhadores estão desempregados, em que 25% dos trabalhadores são precários e em que 35 mil pessoas não têm médico de família. “É urgente inverter este caminho”, sublinhou.

Reclama melhores ligações rodoviárias à região, como IC6, IC31, requalificação do IC8, abolição de portagens e melhores transportes públicos e ferroviários.

O candidato sublinha que é acompanhado por uma lista de gente “séria e conhecedora da realidade da região”.

“Uma lista de pessoas ligadas à vida do distrito, da realidade concreta, que tem uma só cara, cujo único compromisso é construir uma vida melhor para todos”, sublinhou, apontando que na sua equipa “não há portas giratórias, trânsfugas, convertidos de última hora e mudanças de residência para receber ajudas de custo”, disse.

Com o objetivo claro de reforçar a votação na CDU, Jorge Fael apela à mobilização dos apoiantes.

“Esta é uma batalha do esclarecimento, e para isso só há um caminho. Fábrica a fábrica, casa a casa, rua a rua, porta a porta, conversa a conversa, conquistar a confiança e o voto de quem aqui vive e trabalha”.

Realça que “a região não é pobre, tem recursos e potencialidades2, “pobres são as políticas impostas por PS e PSD, com ou sem o CDS, e agora apoiados do Chega e IL”, salientando que são “responsáveis por medidas lesivas dos interesses da região”.

Concluindo que “as probabilidades se constroem” e que “os resultados não estão escritos nas estrelas”, aponta que é com o voto e a mobilização que se vai construir o resultado da CDU.