Vítor Pereira, presidente da Câmara Municipal da Covilhã, considera que ontem (8) foi “um dia histórico”, devido à aprovação do pacote de medidas para revitalizar o Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE).
O autarca falava à margem da reunião pública do executivo, que teve lugar esta manhã no Auditório Municipal.
No concelho da Covilhã, as medidas prendem-se com a construção da Barragem das Cortes, a revitalização da Escola Profissional Agrícola Quinta da Lageosa, o arranque do estudo definitivo sobre o IC6 e a construção da “Estrada Verde”, entre Verdelhos e o Poço do Inferno.
“Hoje é um dia histórico para a Covilhã. É uma aspiração que tem décadas”, frisou.
A construção da Barragem das Cortes tem um orçamento de 30 milhões de euros, sendo que 80% do valor é financiado pelo Governo e os restantes 20% serão suportados pelo município.
Vítor Pereira disse ser um desejo, não só da Covilhã, mas da Cova da Beira.
“Os três presidentes dos municípios da Cova da Beira estão no seu último mandato e tenho a certeza que, quem vier a seguir, não deixará de querer usufruir deste bem tão precioso que é a água”, sublinhou.
O IC6, que tem como objetivo concluir a ligação entre a Covilhã e Coimbra, deverá ser estudado entre o Parque Industrial do Tortosendo e o alto das Pedras Lavradas, revelou Vítor Pereira, salientando, no entanto, a existência de “outra versão”, que contempla todo o troço.
O autarca disse não querer revelar mais pormenores, explicando que prefere fazê-lo “com mais rigor” quando a resolução for publicada em Diário da República.
Segundo explicou Vítor Pereira, a Barragem das Cortes tem de ficar concluída em quatro anos, sendo que o estudo do IC6 “poderá ser mais célere, se houver uma janela de oportunidades, as obras poderão começar antes deste prazo”.
A revitalização da Escola Profissional Agrícola Quinta da Lageosa, e construção da chamada “Estrada Verde” entre Verdelhos (Covilhã) e o Poço do Inferno (Manteigas).
Esta estrada visa ligar, “de forma mais estreita, as afinidades com os vizinhos” e ainda proporcionar aos turistas “um circuito mais rápido e seguro do que aquele que existe atualmente”.
O Plano de Revitalização do PNSE tem uma dotação de 155 milhões de euros e abrange os 15 municípios da Comuinidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE): Covilhã, Fundão, Belmonte, Manteigas, Seia, Sabugal, Gouveia, Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Guarda, Mêda, Pinhel e Trancoso.
A CIMBSE fica responsável pela implementação de todo o programa durante os próximos quatro anos.
O PRPNSE surge na sequência dos incêndios florestais do verão de 2022, que devastaram mais de 30 mil hectares do Parque Natural da Serra da Estrela, um quarto da sua área total.
“As medidas que integram o Programa vão, por exemplo, apoiar a recuperação de aldeias e a construção de edifícios mais resilientes ao fogo; requalificar infraestruturas e equipamentos afetados; estabelecer uma rede de percursos pedestres e praias fluviais; construção da Barragem das Cortes e elaboração do projeto da Barragem da Senhora De Assedasse; criação de Zonas Económicas Especiais e área de acolhimento empresarial; implementar uma Zona Livre Tecnológica para desenvolver produtos e serviços inovadores no setor da energia, agroalimentar, turismo, entre outros; acelerar o desenvolvimento do Porto Seco na Guarda; revitalizar a Escola Profissional Agrícola Quinta da Lageosa; criar o Observatório das Alterações Climáticas e o Centro de Ciência Viva de Montanha; implementar medidas de controlo de erosão, tratamento e proteção de encostas; reabilitar a rede hidrográfica; criar, dinamizar e modernizar unidades locais dos centros municipais de Proteção Civil; e construir um novo quartel de bombeiros em Manteigas”, detalha o comunicado do Conselho de Ministros.
Fotografia: Gonçalo Poço