Pedro Inácio, conservador do Museu de Água da EPAL, esteve ontem, dia 21, na Covilhã, para uma tertúlia de reflexão acerca dos recursos hídricos e património cultural da água.
Em declarações à RCC, Pedro Inácio explicou que o património cultural da água “é uma forma representativa de um património muito específico, ligado à história da água”, frisando que, neste caso concreto, “vão ser abordados os séculos onde os antigos aquedutos prosperaram, desde o Império Romando até ao século XIX”.
“Vamos falar de 2000 anos de história de sistemas de abastecimento de água, numa localidade que tem a Serra da Estrela e o rio Zêzere, que é importante para o pais, abastecendo um milhão de portugueses”, disse.
Pedro Inácio, natural de Lisboa, é ainda vice-presidente da APOM – Associação Portuguesa de Museologia e investigador.
À margem da iniciativa que teve lugar no Museu da Covilhã, o museólogo, focou ainda alguns exemplos relacionados com a gestão de eficiência da água.
“O uso eficiente da água começa no não desperdício da mesma. Se houver secas prolongadas, pode não ser suficiente para o abastecimento de água a determinadas populações ou regiões”, garantiu, salientando que “basta não chover para não haver água”.
Em última nota, pedro Inácio salientou que “nunca é de mais falar deste tema”, considerando-o “intergeracional”.
“As crianças e os menos jovens têm de ter consciência que a água é um bem escasso e um recurso finito. A qualquer momento pode acabar”, concluiu.
No âmbito do Dia Mundial da Água, que tem lugar hoje (22), a tertúlia decorreu ontem ao final da tarde e inseriu-se na ação “MC2 Movimentos Culturais Coletivos”.