Sob o mote “O teu voto conta! Diz não à desinformação”, o MediaTrust.Lab lançou, a 28 de fevereiro, uma campanha de sensibilização sobre desinformação em período eleitoral.
A campanha pretende ajudar os cidadãos a distinguirem conteúdos, jornalistas e sites verdadeiros dos falsos, revela a nota de imprensa.
O MediaTrust.Lab – Laboratório de Media Regionais para a Confiança e Literacia Cívicas é um projeto em curso no LabCom – Comunicação e Artes, unidade de investigação da Universidade da Beira Interior, participado da Universidade de Coimbra e financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
O Laboratório vinca que neste período é “imperativo exercer uma vigilância atenta em relação à desinformação, particularmente a que circula nos meios digitais, de forma a proporcionar escolhas bem informadas no momento do voto”.
A campanha, revela ainda o documento, foi “pensada sobretudo para as redes sociais, nomeadamente o Instagram, e conta com conteúdos educativos e pistas práticas para ajudar os cidadãos a entenderem as dinâmicas dos conteúdos informativos e desinformativos, a distingui-los e a verificar informações duvidosas e a saber se uma pessoa, ou se um meio, que se apresenta como jornalista, ou jornalístico, realmente o são”.
Na campanha chama-se ainda a atenção para os que se autointitulam jornalistas sem o serem.
Recorda-se que “a Comissão Profissional da Carteira de Jornalista emitiu recentemente um comunicado que especifica o uso indevido do título de jornalista por pessoas que produzem conteúdos. A autodenominação de “jornalista”, uma profissão consagrada na Constituição da República Portuguesa, confere credibilidade junto do público. No entanto, as pessoas que não são jornalistas e se assumem como tal estão a enganar os cidadãos, atendendo a que não respondem ética e deontologicamente às mesmas leis que os jornalistas, estando assim fora do enquadramento da legislação, do Estatuto do Jornalista e do Código Deontológico. As pessoas que se autodenominam “jornalistas” ou “repórteres” podem suscitar perceções erradas junto do público”, alerta o laboratório de comunicação da UBI.
O MediaTrust.Lab alerta ainda para a dificuldade do público em compreender que um comentador, mesmo que jornalista, expressa somente a sua opinião e não vincula qualquer meio de comunicação a esta. Assim, o seu comentário resulta da análise que faz, mas reflete a sua opinião e tão somente isso, concluindo que “comentário não é jornalismo” e o entretenimento “não é informação”.
A campanha aconselha:
1) Verifique a fonte. A credibilidade de um órgão de comunicação social pode, num primeiro momento, “medir-se” pela referência do número de registo na ERC, que obrigatoriamente tem de constar na ficha técnica. Quando se deparar com um site ou publicação que não conhece, verifique no site da ERC o registo.
2) Verifique também se o site ou publicação tem ficha técnica, onde consta o nome do diretor de redação, dos jornalistas da equipa, bem como os números de registo dos profissionais na Comissão da Carteira Profissional do Jornalista (CCPJ).
3) Só é considerado jornalista em Portugal quem tiver carteira profissional, emitida pela CCPJ.
4) Verifique a data de publicação do artigo que está a ler. Algumas notícias antigas podem circular como algo novo e desinformar os cidadãos.
5) Se alguma informação é muito relevante, estará publicada em diferentes meios de comunicação. Antes de acreditar em algo, verifique se outros órgãos de comunicação confiáveis publicaram a informação.