WOOL: Novo mural “celebra potencial criativo das pessoas com deficiência”

O programa “WOOL+: Arte Urbana mais acessível” teve início em novembro, com a criação de um painel de azulejos, concebido pelo artista Mantraste, um grupo de utentes da APPACDM Covilhã e alunos da Escola Secundária Campos Melo. O mural foi inaugurado ontem, dia 20, e visa “celebrar o potencial criativo das pessoas com deficiência”.

Para o coletivo WOOL, a escolha da data da inauguração, perto do 25 de Abril, “não é inocente”.


“Numa clara missão de sensibilização da comunidade e de transformação dos territórios em espaços de vivência mais inclusiva, coesa e resiliente, o WOOL+ procura promover e ser exercício de um direito inscrito na Constituição de República Portuguesa, que confere a todos os cidadãos o fundamental direito à cultura, ao acesso à fruição e criação cultural e a uma real e plena democracia, também cultural”, sublinha.

O mural está localizado na Rua Ruy Faleiro (junto à ADC) e, segundo explicou Lara Seixo Rodrigues, cofundadora do projeto WOOL, era importante que o painel “fosse colocado numa via onde muitas pessoas passa diariamente”, incluindo os utentes da APPACDM.

“Este mural é uma experiência de descoberta deles próprios, para que saibam que são capazes de fazer coisas incríveis que, depois, fiquem no espaço publico”, frisou.

O “WOOL+: Arte Urbana mais acessível” é uma iniciativa promovida pelo mais antigo festival de arte urbana nacional “WOOL | Covilhã Arte Urbana”, que ambiciona “alargar a experiência única que a arte urbana, e em específico o Roteiro WOOL, nas suas mais variadas dimensões, oferece a pessoas com deficiência (intelectual e/ou física) ou outras necessidades específicas”.

Para José Miguel Oliveira, vereador na Câmara Municipal da Covilhã, é um projeto que “sensibiliza para a temática da inclusão e de não deixar ninguém para trás”.

“Numa cidade como a nossa, numa orografia como a nossa, achámos que fazia sentido tornar a arte urbana mais acessível. Na Covilhã, a arte urbana tem feito um caminho notável. Podemos outorgar-nos o título de capital de arte urbana. Temos o festival mais antigo de arte urbana e acho que estarmos à frente nesta área, mostra a ambição e irreverência que este projeto tem e que a autarquia alimenta em todas as suas iniciativas”, explicou.

Segundo o autarca, este projeto “vem dar valor à Covilhã como cidade criativa da UNESCO”.

“Não podemos falar da cidade criativa do design sem falarmos de tudo o que faz parte da nossa cidade nessa área, como também o debuxo, o turismo industrial e o artesanato”, frisou José Miguel Oliveira. 

“Este é mais um passo que a Covilhã está a dar, não só na arte, mas também na acessibilidade”, salientou o vereador, explicando que a autarquia “já está a pensar em projetos para tornar a visita pelo centro histórica da cidade mais amiga de quem tem dificuldades de locomoção”.

“Estamos a estudar algumas medidas que achamos interessantes virem a ser implementadas”, disse, sem avançar mais pormenores.

Depois da inauguração, teve lugar uma visita guiada ao roteiro do WOOL, orientada pela cofundadora Lara Seixo Rodrigues, que foi acompanhada por uma intérprete de Língua Gestual Portuguesa.

O WOOL+: Arte Urbana mais acessível conta com o apoio da Direção-Geral das Artes (cofinanciamento), da Câmara Municipal da Covilhã (cofinanciamento), bem como de um conjunto de outras empresas nacionais e locais, que se associaram ao projeto quando este ainda estava em fase de candidatura.