Foi na Covilhã que Ruy de Carvalho teve a “grande oportunidade” para ser quem é nos dias de hoje (C/ ÁUDIO)

Ruy de Carvalho está a celebrar 97 anos de vida e 83 de carreira, com a exposição “Retratos Contados”, que esteve patente no Teatro Municipal da Covilhã (TMC~) durante o último mês. Esta é a cidade onde Ruy de Carvalho deu os primeiros passos na carreira para se vir a tornar o ator mais velho no ativo em Portugal.

Ontem, dia 20, o ator esteve no TMC~ para partilhar as suas histórias de vida com o público, numa sessão intimista que motivou as dezenas de pessoas que o ouviam.


Durante o seu discurso, Ruy de Carvalho explicou que, aquando da sua chegada à Covilhã, teve uma “grande oportunidade”.

“Conheci um grande ator covilhanense, que merece uma grande homenagem. Chamava-se Augusto Figueiredo e era natural da Covilhã. Era um ator extraordinário e eu aprendi Gil Vicente com ele”, revelou.

Dirigindo-se a Regina Gouveia, vereadora com o pelouro da cultura na Câmara Municipal, Ruy de Carvalho salientou que a Covilhã “devia ter um local onde ele aparecesse a representar esta cidade maravilhosa”.

Questionado sobre onde vai buscar a vontade e alegria de viver, o ator português revelou que o segredo é “não pensar na morte”.

“A primeira coisa que eu faço é não pensar na morte, não vale a pena. Pensem é em viver. Vivam a vida como eu vivo e vivam até tarde como eu vivo. Mesmo que seja curta, vivam a vida intensamente. Não desistam nunca de viver. Não há ninguém que não seja útil, nem que seja para fazer uma festinha a um neto ou um filho”.

Palavras que mereceram dezenas de aplausos das pessoas que assistiam ao discurso de Ruy de Carvalho no Teatro Municipal da Covilhã.

Quanto aos 50 anos do 25 de Abril, o ator relembrou que é preciso fazer da cultura “a arma e a luta pela liberdade em Portugal”.

Na abertura da sessão, Regina Gouveia salientou que “é uma honra e um orgulho ter Ruy de Carvalho na Covilhã, cidade onde soube que queria ser ator”.

“Mas não é só por isso. Esse é apenas o ponto de partida. Tem a ver com tudo o que Ruy de Carvalho significa para nós, covilhanenses, de uma forma especial, porque o consideramos nosso, mas também para todos os portugueses. É uma inspiração nacional”, frisou.

Com 97 anos e dois meses, o ator vai para Moçambique, dia 5 de maio, para fazer uma peça com o seu próprio nome e representar Portugal nos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa).

“Retratos Contados” é o nome da mostra de fotografia que esteve patente no Foyer do TMC~.