Assembleia Municipal da Covilhã aprova contas consolidadas

Em reunião de 8 horas, entre outros pontos a Assembleia Municipal aprovou as contas consolidadas do Município da Covilhã, com a oposição a votar contra.

Com os votos contra do CDS, PSD, CDU e Movimento “de Novo Covilhã,” dez no total, a Assembleia Municipal da Covilhã aprovou na última sexta-feira as contas consolidadas do grupo Município da Covilhã.


Para a maioria socialista as contas provam que o município continua no “caminho certo de diminuir a dívida”. Já a oposição afirma que “não há rumo nem estratégia”. Crítica comum foi a ausência das contas das empresas municipais o que no entender dos partidos da oposição “impede uma clara análise” das contas consolidadas.

João Bernardo, da bancada do CDS, disse mesmo que sem estes documentos a discussão de contas consolidadas é “coxa e enviesada”. O CDS votou contra afirmando que “há falta de estratégia, a diminuição de dívida já estava programada e resulta apenas de cumprir de compromissos anteriormente assumidos”.

“O agravamento do resultado líquido negativo, o aumento da dívida a médio e longo prazo a entidades, o aumento da dívida a credores, o aumento de vínculos às empresas municipais sem explicação e a ausência de estratégia” levaram o movimento de Novo Covilhã também a votar contra, explicou Luís Fiadeiro. O Movimento criticou ainda a “ausência de ambição nas empresas municipais como a Parkurbis e a ICOVI”, aponta o mesmo eleito.

O facto de o documento de apresentação de contas consolidadas não levar em anexo as contas das empresas municipais “transforma-o num documento com falta de transparência e é enganador”, afirmou Marco Aurélio da bancada do PSD. Para o PSD estes documentos “são peças fundamentais para a análise total”. A forma de atuação da CMC ao não os mostrar, disse, “revela opacidade”. No entender dos sociais-democratas, o facto das contas destas empresas não serem públicas revela falta de cumprimento da lei e apresentou mesmo um requerimento a pedir a dissolução dos conselhos de administração.

A CDU afinou pelo mesmo diapasão. “Sem contas individuais é impossível analisar as contas consolidadas”. Analisando os resultados líquidos do grupo Município e da Câmara a CDU fez contas e pergunta “qual é a deficitária uma vez que a AdC dá cerca de um milhão de lucro”. Fazendo um paralelismo com os privados a CDU questiona o “que há a esconder?” De resto para a CDU “os resultados líquidos negativos serão insustentáveis a longo prazo”, alertou Marco Gabriel.

A oposição, em bloco, votou contra e aponta como negativos; o resultado líquido do exercício que aumentou o saldo negativo, a dívida a longo prazo a entidades e a dívida a curto prazo que também aumentaram.

Para Vítor Pereira, presidente da CMC são itens facilmente explicáveis. A dívida a curto prazo, explica-se com a devolução de verbas de eletrificação e a resolução de mais um processo judicial. Já no que toca ao resultado líquido, Vítor Pereira justifica-o com os apoios que foram a atribuídos a juntas e associações. Para o autarca, a “CMC não é uma empresa é uma autarquia e o objetivo principal não é apresentar números bonitos no final do ano”.

De resto para a bancada do PS, as contas denotam o “bom rumo do município”, com uma diminuição em todas as rubricas de dívida de médio e longo prazo. A socialista Catarina Mendes sublinhou que “para além dos bons resultados, a autarquia apresenta pujança crescente na sua atividade”.