Banda da Covilhã: Eduardo Cavaco reeleito presidente deixa críticas à direção do TMC

Eduardo Cavaco foi ontem à noite reeleito presidente da Banda da Covilhã, numa assembleia geral em que também foram aprovadas as contas do ano passado e o plano de atividades e orçamento para 2022, que tem previstas iniciativas inéditas, financiadas pela própria autarquia, mas “falta palco” na Covilhã para as apresentar, vincou o responsável.

Durante a reunião magna da associação, Eduardo Cavaco explicou aos associados que, tal como está previsto no regulamento de utilização do Teatro Municipal da Covilhã, TMC, a banda apesar de ter apresentado 5 iniciativas para ali realizar, só o poderá utilizar uma vez.


Vincou mesmo que os projetos apresentados no âmbito do regulamento de apoio municipal tiveram “nota máxima e verba máxima” mas depois “fecha-se a porta do Teatro” para se mostrar estas iniciativas consideradas de excelência.

Aos jornalistas, no final, mostrou “apreensão” com esta situação e convidou “à reflexão sobre a situação”.

Apesar de ainda não ter respostas oficiais, e de ter projetos que se poderão realizar na rua, revela que “verbalmente”, pelo diretor do Teatro Municipal, já lhe foi dito que só o poderá usar uma vez, questionando “onde irá apresentar-se a Banda Sinfónica da Covilhã?”, por exemplo, explicando que “é uma residência artística de uma semana, que reúne uma centena de jovens, vindos de todo o país e de Espanha”.

“Qualquer dia a autarquia está a financiar projetos culturais que não podem ser apresentados na Covilhã”, disse durante a assembleia geral o dirigente.

Questionado sobre o regime de exceções que Vítor Pereira, presidente da Câmara, referiu por diversas vezes quando se referiu a este regulamento, Eduardo Cavaco destaca que “de acordo com as palavras do diretor do teatro será muito difícil haver essa exceção”, frisando que “depois da resposta oficial irá “questionar o presidente da Câmara sobre alguns projetos que a Banda tem em curso e que até têm apoio da autarquia”.

O responsável destaca ainda que a Banda já esteve por duas vezes no TMC, uma por convite e outra com espetáculo próprio, frisando que nas duas ocasiões, 3 dias antes a lotação da sala estava esgotada.

Quanto a atividades para 2022, o plano, que foi aprovado pela unanimidade dos sócios presentes, prevê “157 ações”.

De entre elas destaque para a criação de uma sala multiusos na sede, para promover o convívio entre os músicos. Um projeto que surge no seguimento do “dia do músico” criado em 2021.

Está ainda prevista a realização de um festival na Serra da Estrela, denominado “Concertos na Serra”.

O evento pretende chamar “a atenção para locais idílicos, incluindo os novos miradouros”, e prevê a apresentação de apontamentos musicais e explicações sobre os locais, realizando-se ainda ações de limpeza. Em cada local será apresentado um produto do concelho. “Um projeto único e pioneiro” descreveu o presidente da Banda da Covilhã e que irá decorrer em dois fins-de-semana de julho.

O “Dia da Filarmonia” que irá “juntar mais de meio milhar de músicos na Covilhã” e que está agendado para dia 10 de junho, é outra das atividades de destaque, avançou ainda o responsável.

Está prevista a participação de mais de 20 bandas, algumas de Espanha. Uma atividade em que se pretende homenagear todos os músicos filarmónicos e ao mesmo tempo chamar a atenção para a Covilhã lançando a candidatura da “Covilhã Capital Nacional da Filarmonia”, vincou José Eduardo Cavaco, frisando que a banda já está a trabalhar nesta candidatura com o apoio da autarquia.

Na assembleia geral de ontem à noite o orçamento para 2022, com um valor global de cerca de 80 mil euros, foi também aprovado por unanimidade.

As contas de 2021, que espelham “saúde financeira, e gestão rigorosa” apresentam um saldo positivo de mais de dois mil e oitocentos euros e foram também aprovadas por unanimidade.

De resto, e segundo o relatório de atividades apresentado, em 2021, “mesmo com todos os condicionalismos a banda foi sempre trabalhando e aumentou mesmo o número de músicos e de novas iniciativas”, destacou na comunicação aos sócios o presidente da direção.

Para o ato eleitoral, que também integrava a ordem de trabalhos, apresentou-se apenas uma lista a sufrágio, com poucas alterações na composição dos órgãos sociais. José Eduardo Cavaco continua como presidente da direção, na assembleia geral António Moreira foi reconduzido como presidente e no conselho fiscal o presidente continua a ser Jorge Saraiva.

“Uma mescla de juventude e experiência para preparar o futuro porque as pessoas não se devem perpetuar nos cargos”, defendeu Eduardo Cavaco. A lista foi eleita por unanimidade. A tomada de posse está marcada para sábado, dia 12 de março.

Na reunião, e por proposta de José Eduardo Cavaco, foram ainda aprovados votos de louvor a António Moreira, pela sua dedicação e importante contributo e ao maestro e aos músicos porque “se não fossem eles não havia a vontade e alegria que há na instituição”.