Cerzir Afetos: Direção recebe “ânimo” para continuar a luta pelo centro de dia

O indeferimento da candidatura da Cerzir Afetos, IPSS da Boidobra, ao programa PARES, com vista à construção do centro de dia, dominou grande parte da assembleia geral da instituição, realizada ontem à tarde, com os sócios e colocarem-se ao lado da direção e prometerem arregaçar as mangas para conseguir dinheiro.

O propósito da Cerzir Afetos é o apoio social, quer em centro de dia quer em domicílio, mas só o poderão fazer com uma estrutura física, foi recordado durante a reunião. Foi também vincado que a Associação tem o terreno para o efeito, doado pela Câmara da Covilhã, e o projeto para a obra, que foi elaborado de forma gratuita por um associado.


Apresentou em dezembro de 2020 uma candidatura ao programa PARES para financiamento de 70% da obra, orçada em cerca de 430 mil euros, com a Câmara Municipal da Covilhã a assumir o compromisso de financiar a parte não comparticipada.

A candidatura apresentada foi mesmo, das 21 apresentadas no concelho, “a mais votada”, mas ainda assim, e porque “o Instituto da Segurança Social subverteu as regras a meio, e majorou as candidaturas que estavam aptas a iniciar a obra, com a licencia de construção na mão”, as pretensões da IPSS da Boidobra caíram por terra, explicou o presidente da Cerzir Afetos, Paulo Gerónimo, uma vez que a candidatura foi chumbada.

De resto, nenhuma candidatura das IPSS’s do concelho foi aprovada.

“Nesta altura não temos luz ao fundo do túnel”, vinca o responsável, referindo que a associação terá que voltar “à estada zero”

Todos os timings estavam a correr “dentro do previsto”. “Em 4 anos conseguíamos por a estrutura de pé, com tudo o que era necessário”, destacou. “Ainda é possível”, mas não neste período.

Paulo Gerónimo explica que depois deste indeferimento ainda tentaram candidatar a obra ao PRR, mas teriam que ter a licença de construção na mão, isto é, ter o projeto de especialidades aprovado.

Um projeto que custa cerca de 22 mil euros. Reuniram com a autarquia para pedir apoio, que também não foi conseguido. Segundo afirma, a autarquia fez um paralelismo com as outras IPSS,s do concelho e “para dar a uns teriam que dar a outros”.

“A Câmara comparou o que não é comparável, porque as outras IPSS têm rendimentos, estão a funcionar. Nós sentimo-nos defraudados porque no timing que tínhamos não conseguíamos a verba. As outras IPSS concorreram, nós não”, lamenta-se o dirigente.

“Somos uma IPSS mas não estamos no mesmo patamar que os outros, porque estamos a começar”, disse aos sócios durante a reunião.

Aos jornalistas frisa também que coloca duvidas que “a candidatura ao PRR fosse aprovada” uma vez que esta “não é considerada zona prioritária no aviso de abertura”.  

Paulo Gerónimo garante que não irão baixar os braços, e para já o objetivo é conseguir verba para o projeto de especialidades para ter o processo pronto a candidatar logo que haja avisos para o efeito.

Na assembleia geral os associados presentes mostraram a sua solidariedade e vontade de ajudar, exortando a direção a fazer peditórios e atividades para angariar fundos. “Não deixem morrer o projeto” disseram. Um “ânimo” extra para a direção, considerou Paulo Gerónimo, frisando se irá seguir essa linha.

Na assembleia geral foi, ainda, aprovado por unanimidade o relatório de atividades e as contas da Associação, do ano de 2021, que apresentam um resultado líquido positivo de cerca de mil e setecentos euros.