Belmonte: JSD quer ser o motor para pintar de novo o concelho de laranja

Norberto Bernardo, que ontem tomou posse como líder da JSD Belmonte, deixou claro, na sua intervenção, que o seu objetivo é restituir ao partido a força que teve no passado no concelho de Pedro Álvares Cabral.

“Chegou a hora de tornar o concelho de Belmonte, um concelho pintado de laranja”, afirmou o jovem.  “Sou do tempo em que o PSD era o partido dominante no concelho e por vários motivos deixou de o ser. Não importa encontrar culpados, importa sim, olhar para trás para não se cometer os mesmos erros. É hora de mudar, é o tempo de unir, agregar e de não deixar ninguém para trás”, vincou no seu discurso após tomar posse.


Reforçou ainda que “a JSD de Belmonte deve ser vista como uma mais-valia para a dita mudança”, frisando que “é nos jovens que está a força da mudança e do rejuvenescimento do PSD”.

A falar para uma sala essencialmente composta de jovens, mas também com dirigentes locais e nacionais da JSD e do PSD, bem como autarcas, Norberto Bernardo fez um discurso mobilizador “dos seus” para mudar Belmonte. Nós acreditamos que é possível, por isso tomámos posse como os novos órgãos da JSD de Belmonte”, reforçou.

Norberto Bernardo falava no jantar que serviu de mote para a tomada de posse, com uma moldura humana que “prova que o PSD está vivo no concelho e que há pessoas disponíveis para trabalhar”, disse.

Mostrou total disponibilidade da juventude que lidera, num concelho que não tem uma concelhia formalmente constituída, para ser o motor da mudança.

Uma equipa que quer trabalhar de forma “séria, honesta e transparente”, referiu por diversas vezes na sua intervenção.

“Não contem connosco para jogos de bastidores, vamos buscar as nossas forças, a nossa sabedoria e o nosso trabalho em prol do concelho, junto com os nossos que dão a cara e lutam diariamente pelo PSD e acreditam que o PSD tem para colocar em prática a melhor política e as melhores decisões”.

Frisa que “o concelho precisa de uma verdadeira estratégia de crescimento e desenvolvimento, que seja sustentada e sem calculismos privados”.  Citando Saramago afirma que “primeiro o país, depois o partido e por fim a circunstância pessoal de cada um”.

As críticas às políticas autárquicas implementadas pela gestão socialista em Belmonte também estiveram presentes na intervenção do jovem laranja, principalmente as políticas para a juventude que ajudem a fixar jovens no concelho.

Como queremos fixar jovens se aumentamos o IMI, como queremos fixar jovens se não temos um autocarro para a Covilhã?” questionou, destacando que, “atualmente, um estudante universitário não tem um autocarro que o transporte para a Covilhã. Se quisermos ir para Lisboa ou Porto temos, é mais fácil ir estudar a 300km de distância do que a 25. Que culpa temos da má gestão?” vincou, para apontar que “se a Câmara pagasse as suas dividas já tínhamos esse autocarro”.

Norberto Bernardo sublinhou que conta com a sua equipa e todos os os jovens do concelho para “restaurar valores como honestidade, humildade e trabalhar em prol do bem comum”.

Hugo Lopes, que até ontem foi presidente da distrital da JSD e teve nesta cerimónia o último ato oficial enquanto líder da juventude laranja, (é hoje eleito novo líder no congresso que se realiza em Vila de Rei), elogiou a postura e garra de quem assume uma estrutura desta natureza, numa altura em que fazer parte de um partido “é mais cadastro que currículo”.

Reforçou a necessidade de “mudança” nas políticas no concelho que, segundo os resultados das últimas autárquicas, também os belmontenses querem.

“Perdemos esta câmara por uma unha negra, quando ninguém imaginava, o que demonstra o grande desgaste do PS em Belmonte e das suas figuras em particular, o descrédito que têm e a vontade que a população tem de ter uma alternativa de governo para desenvolver o concelho”, vincou.

Hugo Lopes afirma que Belmonte precisa de “uma câmara mais preocupada em desenvolver o concelho do que em desenvolver os salários dos militantes do seu partido que trabalham para a Câmara”.

Mostrou-se convicto que “daqui a 3 anos e meio vamos estar a comemorar a vitória do PSD em Belmonte”.

Também Luís Santos, líder da distrital do PSD, afinou pelo mesmo diapasão e, apesar de considerar o concelho de Belmonte “um terreno difícil” para o PSD, mostrou confiança na JSD local para conseguir a mudança e para unir os social-democratas deixando o desafio à união para organizar, de novo, uma estrutura concelhia do partido.

Recordou que em 2021 o partido no concelho só não venceu a Câmara por 100 votos, ganhou a votação para a assembleia Municipal e ganhou juntas de freguesia no concelho. Utilizou o seu discurso para recordar que o “partido precisa”, no território, “das vozes” das suas gentes, dos eleitos. Precisa dos “que defendem o PSD e querem continuar a defender a nossa camisola e a de Belmonte”, afirmando o líder da distrital estará sempre ao lado desses.

Com as autarquias de 2025 no horizonte realça que “conta com os bravos que estão na sala para liderar um projeto novo, diferenciador, arejado, ganhador, que possa colocar Belmonte na rota da modernidade”, concluindo que “não é só o PSD que espera, é Belmonte e os belmontenses que esperam por essa mudança há muito tempo”.

Cláudia André, deputada do PSD eleita pelo círculo eleitoral de Castelo Branco também esteve presente nesta cerimónia de tomada de posse, para elogiar aqueles que, apesar de jovens, lutam pelas suas causas, uma força de luta que vê no líder da JSD Belmonte, elogiou.

Elogiando os presentes, pela luta, mostrou preocupação pelos que já não estão pela “falta de oportunidades” no interior, que os levaram a sair para o estrangeiro e para o litoral, destacando o despovoamento como o grande problema da região.

Assegura que nas políticas nacionais o interior “é discriminado” e “não nos podemos conformar com a discriminação que há para com as gentes do interior”.

O interior precisa de vozes, de gente, de energia e de inconformismo. Belmonte já tem a JSD e vai ter uma concelhia. Há uma deputada, estruturas locais e regionais do partido, há autarcas eleitos, e através destes vamos dar voz a este interior, porque se não falarmos ninguém quer saber de nós”, disse.

Alexandre Poço líder nacional da JSD destacou a responsabilidade acrescida da JSD Belmonte, face à situação do partido no concelho, mostrando-se convicto que o rumo traçado irá ser conseguido. “Irá constituir-se a concelhia e depois ganhar-se a câmara”. “Daqui a 3 anos e meio cá estarei para recordar que demos início aqui a uma caminhada que só parou com a conquista da Câmara Municipal de Belmonte”, disse.