Covilhã recebeu “exemplarmente” 2.400 participantes no maior passeio de mototurismo do mundo

A segunda etapa da 24ª edição do Lés-a-Lés chegou ontem à Covilhã. Trata-se do maior evento de mototurismo do mundo, que reúne 2.200 motas e cerca de 2.400 participantes que começaram a chegar à Covilhã, ao Complexo Desportivo, cerca das 16:00 de ontem. Aqui pernoitaram e hoje, bem cedo para aproveitar a fresca, fizeram-se à estrada para a última etapa do passeio.

No total são 1.216 quilómetros divididos no Passeio de Abertura, (cerca de 40km) que teve lugar no dia 10 nas imediações de Faro, e as três etapas para ligar Faro a Bragança. A primeira etapa terminou em Castelo de Vide a segunda na Covilhã. A terceira e última, que decorre hoje, liga a Covilhã a Bragança.


Na Covilhã a organização local da receção aos motociclistas esteve a cargo do Moto Clube da Covilhã, Lobos da Neve, e o presidente Rui Santos disse, em declarações à nossa reportagem, que “foi uma satisfação imensa ter esta grande festa na Covilhã”, agradecendo o apoio da autarquia, vincando que o clube “não tem arcaboiço financeiro para o fazer por si só”, uma vez que é um evento que requer uma logística muito complexa. A Covilhã ofereceu animação e alimentação a todos os participantes.

Salienta que “há muitos estrageiros a participar” porque “só em Portugal é que se consegue um passeio destes. “Já o tentaram noutros países”, avançando com nomes como “Espanha, França ou Suíça”, mas “as dimensões do nosso país”, o “civismo” dos motards participantes e a “união dos moto clubes nacionais”, fizeram com que só este sobrevivesse.

Para a Federação Portuguesa de Motociclismo é “satisfatório e gratificante” ver o êxito do passeio que representa um ano de trabalho, disse em declarações à Rádio Clube da Covilhã o diretor da Federação, Nuno Cunha.

Destaca que os moto clubes são essenciais para o êxito nesta iniciativa, explicando que o facto de em Portugal não haver limite para as motas circularem em grupo, a boa capacidade de organização das instituições locais, destacando a forma exemplar como são recebidos na Covilhã, e o civismo dos motociclistas fazem o resto. “Estão todos sedentos sempre pelo Lés-a-Lés”, o que levou as inscrições a esgotarem em dois meses, diz com orgulho o dirigente.

José Miguel Oliveira destaca a importância desta iniciativa para o concelho com “o impacto que tem na economia local”, no imediato e no longo prazo.

“É um evento que tem contornos turístico muito importantes, hoje é impossível encontrar um quarto na região, são 2.400 participantes, mais acompanhantes, que já visitaram a cidade, a Serra da Estrela e que ficam desta forma com um cartão de visita para voltar mais tarde”, explicou.

O vereador com a pasta do turismo na autarquia frisa que a Covilhã “está, claramente, fruto da atividade do moto clube, no caminho para se tornar uma cidade amiga dos motociclistas” e vai desafiar a organização a, muito em breve, trazer nova iniciativa destas.

Afirma que estes eventos assentam na estratégia de desenvolvimento turístico que a autarquia está a desenvolver, que para além da neve assenta no cycling e no wlking com aposta em percursos, nos eventos de motociclismo, como concentrações e outras, na Rampa Serra da estrela para os amantes dos desportos motorizados, entre muitas outras iniciativas que colocam em foco “um dos grandes polos de atração da Covilhã que é sua boa capacidade de organização”, disse.

Referir que o Lés a Lés, é um passeio de mototurismo, não tem qualquer classificação, cada um faz as etapas ao seu ritmo, visitando locais pelo caminho, sugeridos ou não pela organização e efetuando as paragens que considere necessárias, neste caso foram muitas, em especial para se refrescarem devido às altas temperaturas que se fizeram sentir nos mais de 300km da etapa entre Castelo de Vide e a Covilhã.