Um grupo de 14 associações e movimentos cívicos da Serra da Estrela reuniu no final de agosto e no encontro analisaram as “grandes preocupações e desafios” que se colocam ao território após os incêndios e consideraram que agora será a oportunidade para aplicar uma estratégia “séria e transversal”.
As conclusões do encontro foram enviadas ao ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, e em comunicado as entidades subscritoras referem que esta será “a derradeira oportunidade para se desenhar uma estratégia séria e transversal de conservação e recuperação” da Serra da Estrela, “tanto a nível ambiental, como económico e sociocultural”.
Segundo o comunicado a estratégia a desenvolver para o PNSE, “deve ser sustentável e, como tal, estar alicerçada na diversidade de atividades sociais, culturais e económicas que fazem parte da serra da Estrela, nomeadamente as atividades tradicionais, mas também o turismo sustentável e atividades agrossilvopastoris que são, elas mesmas, responsáveis pela gestão e segurança de grande parte da paisagem”.
“A par da estratégia de recuperação ambiental alicerçada na promoção das atividades tradicionais, a Serra da Estrela é um espaço amplo e abrangente para potenciar o desenvolvimento de uma sucessão ecológica funcional com ecossistemas diversos, completos e abundantes em fauna e flora que diferenciam a recuperação deste território com vista à sua resiliência futura face aos desafios climáticos e antropogénicos do futuro”, descrevem no documento.
As associações também alertaram para as dificuldades associadas às questões da propriedade dos terrenos, “que podem ter elevado impacto na capacidade de implementação da estratégia que venha a ser desenhada” e recomendaram “que seja tida em consideração a diversidade de conhecimento já produzido/evidência e as boas práticas já implementadas em outras áreas protegidas nacionais e internacionais no processo de definição da estratégia de recuperação e reconversão do PNSE”.