Estudo sobre “desertos de notícias” conclui que a região da Cova da Beira tem uma “forte produção noticiosa”

Um estudo sobre “desertos de notícias”, realizado na Universidade da Beira Interior (UBI) concluiu que a região da Cova da Beira apresenta uma “forte produção noticiosa”, relativamente a outros concelhos da Beira Interior.

Infere-se do estudo conclusões como a real iminência de mais de metade dos concelhos portugueses serem ou poderem vir a ser desertos de notícias, sendo que são os concelhos do interior do país que mais apresentam esta tendência.


Antes da apresentação do estudo, teve lugar a assinatura de protocolo entre a UBI e a Associação Portuguesa de Imprensa.

João Palmeiro, presidente da associação, considerou este momento como “um contributo extraordinariamente importante, que permite, não só desenhar as políticas públicas, mas também avaliar as mesmas”.

Segundo Pedro Jerónimo, investigador responsável do mediatrust.lab, o estudo teve como objetivo analisar quais os concelhos de Portugal continental e ilhas que têm projetos jornalísticos (jornais, rádios ou meios exclusivamente digitais) registados na Entidade Reguladora para a Comunicação (ERC).

“Este é um estudo pioneiro em Portugal e também na Europa, em que se pretende lançar um primeiro olhar para o problema da falta de cobertura noticiosa sobre os territórios mais pequenos”, adiantou Pedro Jerónimo, adiantando ainda que “é preciso aprofundar este estudo incluindo outros indicadores e continuar o mapeamento, anualmente, para perceber a evolução da cobertura noticiosa, nomeadamente no interior do país”.

A apresentação do estudo contou com as intervenções de Sílvia Socorro, vice-reitora para a investigação, inovação e desenvolvimento da UBI, Pedro Jerónimo, João Palmeiro, Flávio Massano, presidente da Câmara Municipal de Manteigas, e João Leitão, professor no departamento de gestão e economia da UBI.

O estudo foi realizado na UBI, em colaboração com o Aveiro Media Competence Center. Depois dos Estados Unidos da América e do Brasil, Portugal é o primeiro país do continente europeu a estudar esta problemática.