Oposição critica mobilidade “monopolista” que “prejudica os covilhanenses” e apela à contestação

A coligação “Juntos Fazemos Melhor” apelou hoje à contestação pública ao sistema de mobilidade da Covilhã, que classificou de “monopolista” e “prejudicial aos covilhanenses”, apontando o dedo, em especial ao estacionamento taxado previsto no documento, avançando que se trata de mais de 1.200 lugares, em várias zonas habitacionais da cidade.

“Hoje os Covilhanenses devem saber que vão ser taxados com mais um imposto, oriundo de um contrato monopolista que prejudica de forma clara os covilhanenses”, disse Pedro Farromba.  


Em conferência de imprensa o vereador destaca que os covilhanenses “têm que estar muito atentos” e “fazer pressão” para reverter algumas das situações previstas.

“Este contrato vai ser prejudicial aos covilhanenses. Um covilhanense que resida na zona do Jardim do Lago e se desloque à Praça do Município paga estacionamento, mas mais grave, é que alguém que resida em São Jorge da Beira, Peraboa, Tortosendo, etc, e se desloque à Covilhã para trabalhar e que não tem alternativa com transportes públicos vai ter que pagar para viver na Covilhã. Acho que os covilhanenses têm que estar alertas, será um contrato para 10 anos e se houver pressão podemos ainda reverter algumas destas situações”, disse o vereador.

Para a Coligação o sistema de mobilidade da Covilhã, “põe na mão de um privado o estacionamento, as bicicletas, trotinetes, elevadores e publicidade”.

Destacando que prevê “zonas de estacionamento tarifado na via pública em número não inferior a 1.000 lugares”, afirma que a “câmara vai mais além” e no documento que estava para votação na última sexta-feira na reunião de câmara e que foi retirado, “queria criar 1.206 lugares pagos e isto sem contar com os silos da estação, do Sporting e da Praça do Município”, descrevendo 148 lugares taxados na Avenida Frei Heitor Pinto, Jardim Público e Avenida da Universidade; 870 na Avenida Mateus Fernandes, toda a zona da Anil, estacionamento do Jardim do Lago, Jardim das Artes e ao redor do Serra Shopping e mais 188 lugares em toda a zona envolvente do tribunal e Bairro da Estação.

O vereador sustenta que esta é uma decisão “intolerável, inqualificável, abusiva e lesiva dos covilhanenses”, concluindo que as pessoas “vão pagar para viver na Covilhã”.

“Havendo isenção para a primeira viatura dos residentes, apenas na zona da sua residência, significa que todos os Covilhanenses vão ter que pagar para viver na Covilhã, vão ter que pagar para ir trabalhar, para ir à piscina ou apenas para ir buscar alguém à central de camionagem”, sublinhou.

Para os vereadores da oposição “não se pode taxar estacionamento sem que se implementem alternativas para todos os habitantes do concelho, nomeadamente no que diz respeito ao transporte. É uma decisão intolerável, inqualificável, abusiva e altamente lesiva dos direitos dos covilhanenses. Numa altura que todos os municípios tentam criar condições para ajudar as famílias, na Covilhã vamos obrigar as pessoas a pagar para aqui viver”, especificou.

Pedro Farromba aponta ainda o dedo ao facto de o contrato para o sistema de mobilidade prever que as receitas de bilhética e publicidade, em locais a criar, mupis e autocarros sejam para a empresa, recebendo ainda a compensação anual para o serviço de transporte público, enquanto que todos as encargos com carregadores para a mobilidade elétrica, “manutenção ou reparação estrutural dos Elevadores e Funiculares, pinturas e atos de vandalismo; realização das obras necessárias à demarcação, bem como instalação de sinalização horizontal e vertical das novas zonas de estacionamento tarifado na via pública”, entre outros, ficam com a autarquia.

Uma situação para a qual a Coligação sempre alertou, frisou Pedro Farromba, recordando intervenções ainda durante a campanha eleitoral e em todas as reuniões de câmara em que se falou deste tema, votando sempre contra.

A concluir a Coligação lança, “encarecidamente” um apelo à contestação pública.

“Pedimos, encarecidamente, à população que se manifeste contra este contrato, que mostre a sua indignação. Se nada fizermos todos juntos, vamos, durante os próximos 10 anos ser sujeitos a mais este imposto às nossas vidas, ao nosso trabalho”.

Recordar que o Sistema de Mobilidade da Covilhã vai entrar em vigor a 2 de fevereiro, anunciou Vítor Pereira, mas o estacionamento vai continuar gratuito até abril, segundo o que foi avançado na última sexta feira.