Covilhã: Número de casos de maus tratos na infância é “preocupante”

Mais de 200 crianças, jovens e diversas instituições do concelho da Covilhã juntaram-se, ontem (28), para, com a construção de um laço azul gigante, alertarem para a realidade preocupante que são os maus tratos na infância.

“Combater a negligência, o abandono, os maus tratos físicos, psicológicos e o abuso sexual” é o objetivo da iniciativa, avançou a presidente da Comissão da Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) da Covilhã, Solange Moreira.


 “Estamos todos solidários no combate aos maus tratos na infância”, sublinhou Solange Moreira, avançado que, este ano, “houve um aumento significativo do volume processual”.

Com os casos que transitaram do ano passado, em 2023 são 320 o número de casos sinalizados, sendo que 129 são relativos a violência doméstica.

“Um número preocupante”, disse a dirigente, vincando que a iniciativa “é importante para sensibilizar a comunidade” e “tentar diminuir o volume processual”.

Na iniciativa, estiveram alunos das escolas Quinta das Palmeiras, Campos Melo, Frei Heitor Pinto, Pêro da Covilhã, Quinta da Lajeosa, Universidade da Beira Interior (UBI) e ainda instituições como ACES Cova da Beira, Coolabora, Beira Serra, algumas juntas de freguesia do concelho, PSP, GNR e todos os elementos da comissão alargada da CPCJ.

O Mês Internacional da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância surgiu quando, em 1989, Bonnie Finney, uma mulher norte americana, amarrou uma fita azul na antena do carro, em homenagem ao seu neto, vítima mortal de maus-tratos. Com esse gesto quis “fazer com que as pessoas se questionassem”, pode ler-se na página oficial da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens.

A repercussão desta iniciativa foi de tal ordem que abril passou a ser o Mês Internacional da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância”, refere ainda a instituição.