Covilhã: Funcionários judiciais pensam em “novas formas de greve”, mas estão “disponíveis para negociar”

As greves, atualmente em curso, dos funcionários de justiça, que têm vindo a acontecer desde o passado dia 26 de abril, contam com uma adesão “superior a 90%”, avançou Nuno Farinha, coordenador regional da Comarca de Castelo Branco do Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ).

O dirigente falava à margem da manifestação de funcionários de justiça, que teve lugar hoje, dia 4, junto ao Palácio da Justiça da Covilhã.


“A classe está mais que unida e esta greve tem sido um sucesso”, frisou Nuno Farinha, acrescentando ainda que, em muitos dias, em as greves atingem uma adesão de 100%.

Todos os dias, são adiadas dezenas de diligências, disse o coordenador, sublinhando que “há algumas coisas a serem feitas apenas porque há serviços mininos decretados”.

“Quem nos governa, não está a perceber o que se está a passar e não percebe a importância e a função que um oficial de justiça tem no sistema”, vincou.

A revisão do estatuto profissional que valorize e dignifique a carreira dos oficiais de justiça é um dos objetivos pretendidos com estas manifestações, mas que, segundo Nuno Farinha, não estão a ser obtidas respostas.

“São marcadas reuniões mensais para cumprir calendário, a tutela diz que está a trabalhar no estatuto, mas o tempo passa e o estatuto não aparece. Queremos que nos apresentem dados concretos, porque queremos trabalhar e fazer um bom trabalho”, destacou ainda o dirigente.

Nuno Farinha revelou ainda que já estão a ser pensadas novas formas de luta e, brevemente, irá sair um aviso prévio devido a um novo formato de greve, sublinhando, no entanto, que o sindicato não quer chegar a esse nível e que está disponível para “negociar”.

“Ainda queremos acreditar que não é necessário chegar aí. Estamos a ser levados para esse caminho, mas não queremos. Por isso, faço um apelo ao Ministério da Justiça para que nos oiça e cheguemos a um acordo, porque nós estamos disponíveis para negociar”, afirmou Nuno Farinha em declarações aos jornalistas.

A abertura de procedimento para acesso a todas as categorias cujos lugares se encontrem vagos e a inclusão, no vencimento, do suplemento de recuperação processual, com efeitos a 1 de janeiro de 2021 são as reivindicações dos funcionários judiciais.

A nova greve do Sindicato dos Funcionários Judiciais pode estender-se até 15 de julho.