Samuel Úria “felicíssimo” na estreia em concerto na Covilhã

Na estreia em concerto na Covilhã, Samuel Úria, original escritor de canções, abriu as honras da 6.ª edição do Verão no Centro Histórico na sexta-feira dia 4, evento do município que alia a história da cidade à nova música portuguesa, e diz-se “felicíssimo” numa noite de “expectativas superadas”.

Embora com alguns imprevistos, visto que duas pessoas tiveram de ser assistidas pelo INEM, forçando a interrupção do espetáculo a meio, nem público nem artistas desanimaram, decorrendo depois o concerto na normalidade até ao fim. Em entrevista à Rádio Clube da Covilhã, Samuel Úria confessou-se acarinhado, tanto antes como depois da interrupção, resultado de uma massa de gente que se manteve no local do concerto.


Beirão de nascença, Samuel Úria (que nasceu entre o Caramulo e a Estrela) apresenta-se na Covilhã como se tocasse num lugar conhecido que faz parte da sua identidade relacional:

“Isto parece um lugar-comum e uma coisa demagógica que se diz quando se está num sítio e se quer agradar. Mas não, de facto sinto-me muito em casa. Eu sou da Beira Alta e isto é Beira Baixa, mas em termos paisagísticos são terras muito semelhantes, temos vistas para serras e há um ar, há uma atmosfera que me é muito familiar, falando mais em termos físicos do que em ideia. Fiquei também muito feliz porque estou a marcar na minha lista terras que eu conhecia de visitar na minha adolescência e quando era criança e nas quais não tinha tido a oportunidade de vir tocar”.

É o caso da Covilhã, que, apesar da familiaridade emocional e física do território, estar na cidade em concerto nunca tinha acontecido até agora. As expectativas existiam e o carinho do público covilhanense superou-as:

“É muito agradável, por ser uma terra que eu conheço e por ter uma importância de alguma dimensão. Era uma coisa que eu queria muito fazer. Mas nunca tendo cá tocado estava na dúvida se ia ter público e se as pessoas iam aderir. E estou felicíssimo pela maneira como correu. Havia expectativas e elas foram superadas”.

O seu último disco foi editado em 2020, ano de pandemia, que mudou em muito a vida dos artistas. Esse facto teve efeito na perceção que o cantautor tem do próprio disco e das consequentes apresentações. Perguntado se existe algum próximo trabalho para breve, Samuel Úria revela que nos próximos tempos haverá novidades.

“Há a pressão de lançar um disco na primeira metade do próximo ano, vai ter mesmo de ser. Eu desleixei-me um bocado em relação ao último disco, porque ele começou a ser apresentado ainda durante a pandemia, toquei para públicos reduzidos e durante muito tempo tinha a ideia de que o disco era ainda muito recente. Mas fazendo as contas já não é, e tenho então de arrepiar caminho”.

O Verão no Centro Histórico prossegue nas próximas sextas-feiras de agosto com concertos de B Fachada, Beatriz Pessoa e o projeto Entre Portas, nascido na Covilhã. Os concertos são às 22:15 e precedidos às 21:30 por visitas encenadas guiadas por Joana Poejo, com início e término no local do espetáculo.