Campos agrícolas abandonados de Valezim (Seia) são palco para música, teatro, circo e cinema

A aldeia de Valezim, no concelho de Seia, vai acolher a segunda edição do evento cultural “Ocupar a Velga”, de 14 a 19 de agosto.

A iniciativa pretende transformar a aldeia num palco de diversas propostas artísticas ocupando os terrenos agrícolas, agora abandonados, com teatro, música, dança, circo e cinema.


A “velga” é o nome dado, na tradição oral, aos campos nas encostas da serra da Estrela onde se cultivava batata, milho e centeio.

A organização promove a iniciativa com “a convicção de que a arte e a cultura são aliadas no combate à desertificação do território”, refere a agência Lusa, citando um comunicado da organização.

Nesta edição, os promotores destacam o apoio “reforçado” e o “maior envolvimento da comunidade” de Valezim. “Se em 2022 plantámos sementes, este ano as sementes estão a furar o solo e a terra a envolver-se!”, realçam.

O “Ocupar a Velga” é um projeto da Produção d’Fusão, financiado pelo BPI/Fundação la Caixa, Direção-Geral das Artes, Câmara Municipal de Seia, Junta de Freguesia de Valezim e Associação Vallecinus Cultura e Desporto, com o apoio do Clube Recreativo e Educativo Valezinense, Associação de Arte e Imagem de Seia e 7ª Sena (Núcleo Cinéfilo de Seia).

O evento começa dia 14 com a terceira edição do miniLAB de artes performativas, para crianças dos 3 aos 13 anos, com a orientação de Bernardo Chatillon e Adriana Neves.

No dia 15 haverá uma sessão de pilates por Joana Rebelo e uma “Caminhada com as plantas”, guiada pelo Centro de Interpretação da Serra da Estrela (CISE). Ainda nesse dia, a Trupe Fandanga apresenta “Ai de Mim, Ai do eu…”, um micro espetáculo de teatro, com várias sessões.

No dia 16, o convite é para um piquenique comunitário e à noite para uma sessão de circo, com a companhia Teatro do Mar e o espetáculo Mutabília.

No dia seguinte, há sessão de leitura de poesia e, ao serão, cinema ao ar livre com “Os demónios do meu avô” de Nuno Beato. O dia 18 começa com Catapulta, uma viagem ao pôr do sol com pedais de efeitos, loops, um ‘bouzouki’, instrumentos caseiros, sintetizadores e voz. Segue-se o Simulacro de Margarida Montenÿ e Carminda Soares, onde a dança assume intimidade, repetição e resistência e a noite encerra com as batidas eletrónicas de DJ Rakubah no CREV.

No último dia, mais uma sessão de pilates e, após o almoço, Jaime Rebelo partilha o ofício de sapateiro. Ao final da tarde, a proposta é uma experiência coletiva de ritmos e construção musical com o círculo de tambores de Hugo Wittmann/Ritmos. À noite, a última ocupação é no Terreiro Dona Luzia, com Ana Lua Caiano e a sua fusão musical, que combina música tradicional portuguesa com a música eletrónica e “sons do dia-a-dia”.

Soluna apresenta ainda um ‘mix’ único de géneros urbanos, synth pop e afrobeats, abrindo caminho para a festa de encerramento com Von-Cente.

A Produção d’Fusão uma associação sem fins lucrativos com sede em Valezim, que integra nos seus órgãos sociais vários produtores nas áreas da dança, teatro, artes plásticas e música.