ULS Cova da Beira: Gestão da saúde muda em janeiro de 2024

A criação da Unidade Local de Saúde (ULS) Cova da Beira vai avançar e deverá entrar em funcionamento já em janeiro de 2024, revelou João Casteleiro, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira (CHUCB).

Em declarações à RCC, o diretor sublinhou que este projeto já tinha sido iniciado há alguns anos, não tendo avançado, na altura, “porque existia um grande prejuízo em termos de financiamento”.


Questionado sobre os impactos da criação da ULS Cova da Beira na região, João Casteleiro disse que “ter mais e melhores condições é sempre possível”, realçando, como exemplo, “a maior proximidade entre as instituições”.

“Fazemos inquéritos de satisfação a todos os doentes e sabemos que o que pensam de nós é extremamente positivo. Por isso, sabemos que ter melhores condições é sempre possível. O objetivo é que os dentes sejam melhor servidos, não esquecendo os profissionais de saúde”, vincou.

O presidente do Conselho de Administração do CHUCB identificou algumas lacunas que existem atualmente, nomeadamente a dificuldade na aquisição de profissionais de saúde na área dos cuidados de saúde primários.

“Existem sempre lacunas, mas se for possível melhorar, devemos fazê-lo. Embora saibamos que existem outras instituições com muitas mais dificuldades, nós estamos a falar é da nossa população”.

A criação da ULS Cova da Beira é uma das 31 novas Unidades Locais de Saúde criadas a nível nacional, que se juntam às oito já existentes, afirmou o diretor-executivo do SNS, Fernando Araújo.

“Esta é a grande reforma do SNS, não haja a mínima dúvida. Nós estamos a fazer uma reforma que vai abranger todo o país e vai alterar de forma profunda, do ponto de vista da organização, os cuidados de saúde”, afirmou o diretor.

Segundo o diretor-executivo do SNS, estas ULS vão englobar todos os Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES), que são mais de 40, grande parte das funções das cinco Administrações Regionais de Saúde (ARS) e os cinco hospitais do setor público administrativo.

De fora das ULS ficam os três institutos portugueses de oncologia, acrescentou.

O financiamento das ULS, que deverão entrar em funcionamento a partir de 1 de janeiro de 2024, passará a ser feito “per capita” e pela “estratificação pelo risco”, ou seja, em função do número de utentes e das suas doenças, sublinhou.

O diretor-executivo do SNS esclareceu que os utentes vão continuar a ter total liberdade para escolher onde querem ser tratados, dado que, o facto de pertencerem a uma ULS não os limita àquela.

Nessas situações, Fernando Araújo esclareceu que o “dinheiro acompanha o utente”, passando o respetivo valor a ser transferido de uma ULS para a outra, trazendo “mais justiça ao processo”.

Já quanto à transferência dos trabalhadores, o responsável garantiu que a mesma será feita de forma “muito simples e sem perda de direitos”.

Aliás, considerou, vai facilitar a gestão de pessoas, nomeadamente a mobilidade dos trabalhadores.

Já em termos de direção, as ULS vão, além do presidente, poder ter seis vogais, ao invés dos atuais cinco, disse.

Quanto às transferências de competências do Governo para os municípios na área da saúde, Fernando Araújo afirmou que o processo não vai ser interrompido, passando o interlocutor a ser a ULS em vez da ARS.

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