CooLabora: Gabinete de Apoio já acompanhou este ano 254 vítimas adultas e 102 crianças e jovens

O Gabinete de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica e de Género da CooLabora acompanhou, desde o início do ano até final de outubro, 254 pessoas adultas, 99 dos quais correspondem a novos casos, revela a instituição em nota de imprensa.

Estes números sugerem que “em 2023 a procura será idêntica à do ano 2022, que superou todos os indicadores, desde a criação do Gabinete em 2010”, informa ainda a CooLabora.


Das 254 vítimas adultas em acompanhamento, 89% são do sexo feminino, 30% coabitam com a pessoa agressora e 36% têm menores a seu cargo. Ao nível da violência, 95% das pessoas agressoras são do sexo masculina e quase metade, 44%, teve uma relação de intimidade com a vítima que já terminou e 27% mantém ainda um relacionamento de intimidade com a vítima.

“Estes números estão alinhados com a tendência nacional, já que os recentes dados da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género revelam que até Setembro, no nosso país, foi registado o maior número de participações criminais de violência doméstica dos últimos 4 anos, com uma média de 85 vítimas por dia a apresentar queixa”, adianta a CooLabora, que diz ainda que a violência física está presente em 73% dos casos e que nos últimos cinco anos tem havido um aumento das vítimas idosas, que representam já 18,5% do total dos casos.

Relativamente a crianças e jovens vítimas de violência doméstica, a CooLabora atendeu, desde o início do ano até outubro, 102 pessoas, com idades entre os 3 e os 18 anos. Destes 102 casos, 41 são novos.

Nas crianças e jovens, em 86% das situações quem agride é do sexo masculino. A violência física está presente em 17,6% dos casos e a violência sexual em 5%, números que indicam que tem havido “um aumento significativo da gravidade da sintomatologia apresentada pelas crianças e jovens, sobretudo no domínio comportamental”. Os pedidos de acompanhamento de crianças entre 3 e 5 anos têm crescido.

“Estes dados reforçam ainda mais a necessidade de a violência doméstica ser encarada como um problema estrutural, que deve mobilizar pessoas e organizações, no sentido da sua erradicação”, sublinha a CooLabora.