Vítor Fernandes, presidente da União de Freguesias do Barco e Coutada quer que o tema da exploração mineira na Argemela esteja na “agenda” política, mesmo depois das legislativas de 10 de março.
Aproveitando a presença no local de Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda, ontem, dia 7, o autarca entregou um bloco e caneta com o logotipo da freguesia pedindo-lhe que os utilizasse para anotar o problema e não se esquecer dele após as eleições.
Não é necessário, respondeu a líder bloquista, afirmando que o partido acompanha a situação desde sempre.
No local, em declarações aos jornalistas e em contacto com a população Maria Mortágua vincou que esta exploração é um crime ambiental e contra a saúde pública, considerando que a concessão “ultrapassou, porventura, a lei”.
Avança que o projeto de exploração é para “travar”, dando conta que o governo deu “a volta a todas as regulamentações e todas as leis para passar ao lado das exigências, para conseguir entregar um projeto de exploração a uma única empresa, e a maior ironia de todas é que nem sequer há garantias que exista lítio ou outros materiais valiosos nestas terras e nesta região”, concluindo que “este projeto nunca devia ter tido o aval do Governo”.
O processo para a concessão mineira de uma exploração de lítio e outros minerais na serra da Argemela foi iniciado em 2011.
Em 2017, foi publicado o pedido de atribuição de concessão, renovado em 2020, visando uma área 403,7 hectares.
Em 28 de outubro de 2021 foi assinado o contrato de concessão da exploração, com a Neomia- Minérios Argemela (Grupo Almina), mas a concessionária só poderá iniciar a exploração após a obtenção de uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável ou favorável condicionada.