Situação financeira da ADE é preocupante

Com um passivo não corrente a rondar os 645 mil euros e com os custos mensais a aumentarem, é cada vez mais difícil fazer face às exigências financeiras da Associação Desportiva da Estação, explicou o presidente da direção do clube à RCC.

Paulo Ramos falava no final da Assembleia Geral, realizada ontem à noite (dia 14), em que as contas do clube foram aprovadas por unanimidade.


Os documentos mostram um resultado líquido negativo do exercício de cerca de 7 mil euros. O passivo não corrente do clube situa-se nos 645 mil euros, menos cerca de 17 mil que em 2022.

Para fazer face ao passivo, uma situação que se arrasta há cerca de 30 anos, desde a construção do complexo desportivo do clube, é necessária negociação com a Câmara Municipal da Covilhã, deu conta o dirigente.

Durante a assembleia Vítor Rebordão, que à época da construção era presidente do clube, e que agora é secretário da Mesa da Assembleia, afirmou que teve promessas da resolução da divida, em troca de terrenos que o clube cedeu à autarquia.

Questionado sobre a matéria Paulo Ramos admite “conversas com a atual Câmara”, mostrando esperança que seja possível chegar a algum entendimento, uma vez que a situação “não se poderá manter por muito tempo”.

A principal consequência das dificuldades financeiras, diz o dirigente, é não conseguir fazer obras para obter a licença de utilização do espaço, o que impede candidaturas e traz riscos por se estar a utilizar um espaço não licenciado.

O presidente do clube estima que as obras necessárias terão um custo de cerca de 300 mil euros.

Paulo Ramos sublinha que o ADE é o clube com mais atletas inscritos na Associação de Futebol de Castelo Branco, cerca de 300, e o que tem o maior número de equipas a participar.

Isso traduz-se num aumento de despesas, uma vez que os custos inerentes aumentaram como os combustíveis, luz e alimentação, por exemplo.

Não se pondera diminuir o número de equipas, sublinha o dirigente, destacando, no entanto, as dificuldades de treino se tiver três equipas no nacional em futebol de 11, como é expectável. É o caso da equipa de juvenis, que recentemente se sagrou campeã distrital, a de iniciados que poderá ocupar a vaga que previsivelmente o Proença-a-Nova deixará e a equipa sénior feminina.

Paulo Ramos sublinha que a solução será utilizar mais o Complexo Desportivo da Covilhã.