Sporting Clube da Covilhã: Paulo Rosa assume candidatura de “mudança”

Paulo Rosa, antigo vice-presidente da direção Sporting da Covilhã, apresentou ontem a sua candidatura à presidência da direção do clube. A lista “Unir pelo Futuro do Sporting Clube da Covilhã”, candidata ao triénio 2024/2027, tem, como presidente da Mesa da Assembleia Geral, Paulo Cunha Ribeiro e, como presidente do Conselho Fiscal e Disciplinar, Marco Gabriel.

Na sessão pública de apresentação da lista, Paulo Rosa revelou as linhas orientadoras do programa, assumindo uma candidatura de “mudança”.


Quanto à gestão do clube, existem duas alternativas de financiamento, disse Paulo Rosa, explicando que a primeira passa pela entrada de, no máximo, 45% no capital social da SDUQ (Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas), ficando o clube como sócio maioritário, com os restantes 55%.

Segundo explicou Paulo Rosa, este modelo prevê a entrada de um valor entre os 50 e 80 mil euros no capital social.

Já a segunda alternativa tem a ver com a entrada de “um conjunto de investidores da região, já identificados, que irão contribuir com um determinado valor para o projeto”. Posteriormente, o objetivo é serem ressarcidos, “com base numa percentagem a definir, nas mais-valias de vendas de ativos, quer sejam jogadores ou treinadores”.

Recordar que quando foi aprovada a passagem de SDUQ para SAD (Sociedade Anónima Desportiva), em março de 2023, o Sporting da Covilhã apenas seria detentor de 10% do clube, sendo que os restantes 80% ficariam disponíveis para investidores. Agora, com a alteração da lei, os investidores podem subscrever, no máximo, 45% das ações.

Para Paulo Rosa, “esta é uma forma diferente, mas melhor, uma vez que os sócios nunca vão perder o clube”.

“Se houver um projeto credível, somos capazes de trazer pessoas que acreditem no clube e queiram investir nele. Encontrámos uma forma diferente, mas melhor, porque os sócios nunca vão perder o Sporting Clube da Covilhã”, explicou.

Questionado sobre possíveis alterações na equipa e no treinador, caso vença as eleições, Paulo Rosa não quis avançar pormenores, “por respeito ao clube”, uma vez que “ainda há um jogo para disputar no próximo fim de semana”.

“Vamos respeitar o clube até ao último momento, ou seja, até o campeonato acabar. Iremos confirmar tudo isso no momento certo”, frisou.

Entre os grandes objetivos para o clube, caso vença as eleições, o candidato destacou a criação da Equipa B ainda este ano. A criação de uma equipa sénior de futebol feminino e Academia de Formação são objetivos para o decorrer do mandato.

A academia, que terá, pelo menos, dois campos sintéticos, será construída na Boidobra, garantiu Paulo Rosa.

Quanto à estrutura do futebol de formação, Paulo Rosa garantiu que ninguém será despedido, vincando que apenas quer “exigência e controlo no trabalho”. 

“Para os profissionais do Sporting Clube da Covilhã, não tenham medo, porque não vão ser despedidos. Nós respeitamos o trabalho e os profissionais acima de tudo. Só queremos bons profissionais, exigência e controlo no trabalho”, salientou.

O candidato à presidência do Sporting da Covilhã garantiu ainda que, caso seja eleito, irá fazer uma intervenção rápida no relvado do estádio. Quanto às obras na bancada do Santos Pinto, sublinhou que “já deveriam estar concluídas há muito tempo”.

“Mas há aqui situações contraditórias. Pedimos determinados dados que não nos foram fornecidos e, portanto, estamos a trabalhar um bocado às cegas”, disse.

Outra das metas é a “Campanha de 1000 novos sócios”, na qual a lista se compromete a angariar este número de associados até ao final do mandato, nomeadamente, através de um protocolo entre o clube e as Juntas de Freguesias do concelho da Covilhã.

A reorganização da sede social e a criação do museu do clube são outros dos objetivos de Paulo Rosa, caso vença as eleições.

Em última nota, o candidato sublinhou ainda o desejo de que o clube regresse à Liga 2 até ao final do mandato, sem, no entanto, fazer promessas.

“Não podemos prometer a subida de divisão, porque é uma promessa utópica, o que posso deixar claro é que vamos trabalhar para ter a melhor equipa e subir de divisão”, disse.

Durante o seu discurso, o presidente da lista “Unir pelo Futuro do Sporting Clube da Covilhã” relembrou que saiu da direção do clube “por demissão e não por abandono”.

“Saí da direção do Sporting por discordar do modelo que estava a ser seguido após a doença do nosso presidente e, essencialmente, porque perdi a confiança institucional nos meus colegas de direção. Não o fiz sem antes ouvir pessoas que tiveram grandes responsabilidades no clube e amigos. Todos aconselharam a demitir-me. Ninguém questionou a minha saída ou me pediu para reconsiderar, lá saberão porquê”.

Em última nota, disse estar disponível para debater este assunto em qualquer lugar e momento e, se necessário, aprofundar os porquês da demissão.

“Não quero lavar roupa suja, mas, se for necessário, tenho a minha máquina pronta para a lavar”, concluiu.

Paulo Rosa explicou que estas eleições “não são uma guerra, mas sim um confronto entre duas filosofias completamente diferentes: a continuação do que tem sido o Sporting da Covilhã ou a mudança”.

“A mudança que nós protagonizamos e que todos, de alguma forma, há muito reclamam”.

As eleições estão marcadas para o dia 24 de maio e as urnas irão funcionar entre as 10:00 e as 21:00.

A sessão de apresentação da lista teve lugar ontem, dia 14, no Hotel Puralã.