O projeto BioD’Agro é um dos vencedores da 3.ª edição do Concurso Promove e vai ser desenvolvido por um consórcio liderado pelo Instituto Superior de Agronomia, em conjunto com a Universidade da Beira Interior (UBI), a Spaceway, a Sinergiae Ambiente Lda, as Colinas do Douro – Sociedade Agrícola e o Município de Figueira de Castelo Rodrigo.
“Com um financiamento superior a 500 mil euros, o BioD’Agro vem dar resposta a grandes desafios do território, através da criação de um laboratório de inovação numa vinha pertencente às Colinas do Douro, em pleno Parque Natural do Douro Internacional”, revela a UBI em nota de imprensa.
Neste laboratório vai ser desenvolvido “um sistema inteligente de alerta e informação” que irá permitir “aos agricultores da região monitorizar, de forma remota, as suas culturas e tomar decisões que promovam a biodiversidade local e a sustentabilidade ambiental sem pôr em causa a produtividade agrícola”.
O docente e Investigador Principal na UBI, Pedro Dinis Gaspar, citado no documento, explica que “através da instalação de ilhas de sensores na vinha” vão “conseguir acompanhar as condições meteorológicas no local e perceber qual o estado hídrico do solo”.
“Estes sensores vão ainda permitir estudar a atividade de morcegos, que são predadores de algumas pragas da vinha, como a traça-da-uva, uma das mais temidas pelos agricultores.”, acrescenta o biólogo e Diretor Geral da Sinergiae Ambiente, Lda, Mário Agostinho.
Outro dos grandes desafios do território está relacionado com o acesso limitado à internet, que “com o BioD’Agro vai ser ultrapassado, através de uma solução inovadora que integra tecnologia de comunicação LoRa (Long-Range), que é capaz de receber os dados recolhidos pelas ilhas de sensores, processá-los e enviá-los para nanosatélites, e em última instância para a nuvem”, frisa o CEO da empresa Spaceway, Jorge Monteiro.
Espera-se que esta abordagem transdisciplinar, apoiada por uma equipa científica diversa e complementar, resulte num impacto efetivo para o agricultor, bem como para o território, que “só será possível se servir as necessidades e os interesses dos vários produtores da região, e se vier a ser utilizado de forma alargada após a fase piloto. Por isso mesmo, o desenvolvimento científico e tecnológico do BioD’Agro seguirá uma abordagem centrada no utilizador.”, esclarece ainda Maria Vicente, Coordenadora Científica da Plataforma de Ciência Aberta do Município de Figueira de Castelo Rodrigo.