CooLabora regista aumento recorde de casos de violência doméstica na Cova da Beira

O Gabinete de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica da CooLabora, entre 2 de janeiro e 31 de dezembro de 2022, apoiou 149 novas situações de violência doméstica, sendo 134 mulheres e 15 homens. Segundo dados divulgados pelo gabinete, este número de processos novos é o mais elevado desde o seu início em funcionamento, em 2010, e representa um aumento de 22,1% comparativamente a 2021.

O gabinete presta apoio nas vertentes de apoio psicológico/emocional, informação jurídica e encaminhamento social, na sua área de intervenção, nomeadamente na Covilhã, Belmonte e Fundão.


Segundo revela, neste período, manteve-se ainda o acompanhamento continuado a 143 vítimas de anos anteriores (137 mulheres e 6 homens), o que perfaz um total de 292 vítimas atendidas neste período.

Ao nível dos atendimentos, registou-se um total de 713 atendimentos presenciais (665 mulheres e 48 homens) e 1385 atendimentos não presenciais (1333 mulheres e 52 homens).

Das vítimas atendidas, 92,8% são do sexo feminino e a faixa etária predominante, com 55,1%, é a dos 26 aos 55 anos, sustenta ainda o Gabinete, especificando que “em 36% das situações de violência doméstica registadas, as vítimas tinham filhos/as menores a cargo e em 31,8% existia co-habitação com a pessoa agressora”.

As vítimas mulheres sofrem de violência psicológica em 99,6% das situações e em 71,2% dos casos associa-se também a violência física; 13,3% foram alvo de violência sexual. 35,8% mantinham uma relação de intimidade com a pessoa agressora e em 43,5% dos casos, as pessoas agressoras são ex companheiros/cônjuges/namorados.

Nas vítimas homens, existe violência psicológica em todas as situações, agregando-se a física em 71,4% dos processos. Em 38,1% das situações, as vítimas homens sofrem violência por parte do/a progenitor/a; em 14,3%, as pessoas agressoras são companheiras/cônjuges/namoradas e em 14,3% são ex-companheiros/cônjuges/namorados/as.

Ilustração: Francisco Paiva