37 anos: “UBI está viva, inovadora, com prestígio internacional e ao nível das melhores nacionais”

Que não restem dúvidas do prestígio e qualidade da Universidade da Beira Interior, quer ao nível nacional quer internacional, vincou Mário Raposo, reitor da instituição, durante a sessão solene comemorativa dos seus 37 anos.

“A UBI atingiu um nível de prestígio, qualidade, competência pedagógica e científica, uma imagem e número de estudantes que a coloca entre as melhores universidades portuguesas e com uma forte presença internacional. Somos uma instituição viva, dinâmica, inovadora, empreendedora, capaz de enfrentar com sucesso as próximas décadas num caminho de afirmação e maturidade”, sublinhou o reitor.


Mário Raposo foi o primeiro orador da sessão e destacou as conquistas da universidade, mesmo com a falta de financiamento que tem sido denunciado ao longo dos últimos anos, quer ao nível da investigação, quer académicos, quer no número de alunos e na melhoria das infraestruturas.

Uma instituição que “soube encetar um processo de desenvolvimento, ultrapassando todos os obstáculos que foram arquitetados, quer por agentes regionais quer por agentes nacionais”, disse, detalhando que foi “um caminho difícil, cheio de obstáculos, muitas vezes contra o próprio Governo, que despoletou “a veia empreendedora, a raça dos beirões e a coragem dos serranos”, que, trabalhando em equipa, construíram “um projeto diferente, inovador, arrojado, verdadeiramente transformador da região”, afirmando que foi por este conjunto de atributos que “ninguém conseguiu destruir ou demover os ideais vanguardistas da instituição”.

Considerando a UBI o “motor do desenvolvimento regional”, o reitor destacou o seu contributo para “o novo florescimento do território”, não só pelo impacto na economia local, como pelos efeitos diretos na dinamização do comércio, criação de emprego, ativação do mercado de habitação e, entre outros, a atração de novos investimentos.

Com os olhos postos no futuro o reitor da UBI também salientou o Plano Estratégico para a UBI – 2030, já aprovado pelo Conselho Geral. Um documento que visa planear toda a atividade futura e que estabelece metas concretas a alcançar em 2030, baseadas em ambição nas vertentes de qualidade, bem-estar e crescimento, afirmando que em breve será tornado público no site da UBI.

Um plano que “ajudará a delinear o futuro, consolidando a projeção internacional da instituição pela qualidade da formação académica, e pela qualidade da investigação e inovação, pela capacidade de relacionamento e influência no território, aspirando a afirmar-se como uma instituição sustentável, com maior impacto na economia, na sociedade, na ciência e na cultura”.

Mário Raposo também desafiou ao debate interno sobre o Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior, para definir que posição defender acerca do modelo de governação das Universidade e ponderar se vale a pena defender um novo modelo de eleição de reitor.

Aos 37 anos a UBI bateu o recorde de alunos, com 9170, disse ainda o reitor, salientando que no concurso nacional de acesso, registou 90% das colocações na 1ª fase, sendo, que, pela primeira vez, se atingiu 91% de alunos que colocaram a UBI como primeira opção de escolha de curso. Também o recrutamento de estudantes internacionais aumentou, sublinhou.

Na área dos equipamentos o reitor destacou os cerca de 4,9 milhões de euros conseguidos, com o programa Impulso Jovem e Impulso Adulto do PRR, para apoio às aulas de laboratório e informática.

Sendo a UBI uma das universidades com mais estudantes deslocados, destaque também para a remodelação das residências académicas, umas já concluídas e outras em curso.

“A UBI cresceu também em produção científica”, frisou ainda o reitor, dando conta que entre 2009 e 2021 “quintuplicou o número de publicações científicas, ultrapassando a barreira das mil em 2021”.

Frisa ainda esta faz parte do top 10 no patenteamento internacional de invenções com origem em Portugal.

“Em 2022 ficámos no 8º lugar do indicador Gascão Cunha Ferreira – Universidades, criado para dar a conhecer as empresas e universidades mais inovadoras em Portugal e que protegem a inovação além-fronteiras, espalhando um pouco da nossa criatividade pelo mundo. Imaginem se nos dessem o orçamento a que temos direito, na vez do 8º lugar estávamos para aí em 2º ou 3º”, disse.

Uma instituição que soube encontrar o seu caminho, com uma ampla oferta de formações atualizadas e pertinentes, com ensino de qualidade, que desenvolve processos de transformação digital, tem uma forte ligação com o mercado de trabalho. Uma universidade aberta ao mundo, em que os estudantes se sentem satisfeitos com o trabalho realizado e com um forte compromisso com a sociedade. Estas algumas das razões apontadas por Mário Raposo como “razões para apostar na UBI”.

Na sessão usou ainda da palavra Pedro Jacinto, presidente da AAUBI.

Vincando que “a UBI quer o melhor para os estudantes e os estudantes o melhor para a UBI”, congratulou-se pela renovação das residências e aumento do apoio social.

Destacou a abertura de um espaço social na sede da AAUBI onde os estudantes carenciados poderão recolher alimentos e roupa e a abertura de uma linha de apoio emocional para combater os problemas que os estudantes possam ter nesta área. “Estamos no bom caminho”, disse.

Apontou ainda algumas falhas, como a falta de provedor de estudante há 3 meses. “Em pleno ano letivo e com inúmeros processos por fechar e dar respostas, aquilo que temíamos, substituir o provedor a meio do ano, veio revelar-se um erro. Não banalizemos esta figura da nossa universidade”, destacou.

Pedro Jacinto frisou ainda que é urgente garantir que todos os estudantes têm acesso a acompanhamento psicológico, se assim o desejarem.

A cerimónia terminou com a intervenção de Hugo carvalho, presidente do Conselho Geral da UBI que, num discurso em que expôs as diferenças entre o ano em que a UBI nasceu e os dias de hoje, destacou a transferência de conhecimento que leva à evolução tecnologia, garantindo que é cada vez mais urgente colocar a “tecnologia a favor do nosso desenvolvimento”, e disse como.

“Criando cursos para os estudantes que queremos e não em função dos professores que já cá temos, combatendo o afunilamento das redes sociais e dos algoritmos que só nos mostram mais do que já gostamos em vez do contraditório. Neste 30 de abril a mensagem que deixo é que não existe uma aula mais importante que outra, numa universidade que saiba que a sua missão é sempre garantir que haja quem aja e que quem cá fique desafie o estado de coisas”, disse.

A comemoração dos 37 anos da UBI decorreram ao longo da tarde, no Grande Auditório da Faculdade de Ciências da Saúde, iniciando-se com o Cortejo Académico, e, para além das intervenções de circunstância, contou, ainda, com a homenagem aos alunos que entraram na UBI com as melhores médias e aos que terminaram com melhor nota. Ainda aos funcionários que completaram 20 anos de UBI e aos que se aposentaram.