Sporting da Covilhã atento à secretaria para atingir o que não conseguiu dentro de campo

O Sporting Clube da Covilhã confirmou ontem a descida à Liga 3 com a derrota caseira frente ao Trofense, mas o presidente José Mendes avança que vai inscrever a equipa na II Liga, e estar atento aos pressupostos financeiros, porque “o Covilhã cumpre, mas há por aí muitos que não”.

José Mendes falava na sala de imprensa após o jogo, na habitual conferência de imprensa. Estava ladeado pelo treinador Alex Costa, mas foi o presidente da direção que falou com os jornalistas.


Manifestou tristeza com a descida, e assume-se como o principal responsável pelo desaire desportivo.

“Aconteceu o que não queríamos, esta descida tem um responsável, que sou eu. Fui eu que contratei jogadores e treinadores, planeei com quem devia e descemos. É pena ser no centenário, mas nestes 100 anos o clube já desceu e subiu muitas vezes. Estamos todos tristes. Para os que amam e lutam, dia a dia, neste clube, hoje é um dia muito riste. Demos um passo atrás, mas vamos ver”, deixou em aberto, avisando que “ainda há pressupostos a cumprir”, vincando que o Covilhã “não deve um cêntimo a ninguém, e há por aí muitos que não cumprem”.

Para José Mendes há muitas situações “vergonhosas que acontecem na II Liga”. “É verdade que em termos desportivos demos um passo atrás, mas é preciso que haja seriedade no desporto”, disse.

Assume a responsabilidade pelo planeamento da época, mas garante que houve areias na engrenagem quando quis alterar o rumo, e afirma que vai divulgar os nomes que quem teve “culpas no cartório.

“Não quero acusar aqui mais ninguém que teve grande culpa no cartório do que nos aconteceu. A seu tempo darei uma entrevista e apontarei o nome de quem ajudou a enterrar o clube. São gente desta cidade, são sócios do clube e também terão de assumir as suas responsabilidades”, disse, avisando que “esses, o melhor que têm a fazer, é demitirem-se e irem-se embora, ainda primeiro que o presidente”.

Sobre a sua continuidade como presidente, apesar de “em consciência” achar que deveria demitir-se, assume que há obras e as celebrações do centenário que estão à frente desse sentimento.

“A minha consciência dizia que eu tinha de me ir embora, mas não sou homem de largar a guerra no meio. Tenho uma bancada para terminar, um centenário para comemorar e tudo vai ser feito com dignidade e como deve ser feito”.

“Se tiver de ser, cá estaremos para jogar na liga 3. Agora não quero pensar nisso, queremos acabar o campeonato com dignidade”.