Dimensões celebrativa, popular, cultural e reflexiva assinalam programa do 25 de Abril no Fundão

O programa das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril no concelho do Fundão foi apresentando no dia 2, em conferência de imprensa, e Vítor Martins, ex-presidente da Assembleia Municipal com “mais anos a exercer no órgão”, irá presidir à comissão organizadora do programa.

Da comissão fazem ainda parte Paulo Fernandes, presidente da Câmara Municipal do Fundão, Carlos São Martinho, presidente da Assembleia Municipal, Rogério Hilário, deputado do grupo municipal do PSD, José Pina (PS), Cristina Guedes (BE), Guilherme Freches (CDU), e Paulo Silveira.


O programa vai resultar de uma “estreita interação” entre a AM e a CM, sendo que a comissão organizadora vai trabalhar “no sentido de procurar, sugerir, propor e enquadrar as iniciativas que respeitem a data comemorativa”.

Segundo explicou Vítor Martins, presidente da comissão, o programa comemorativo dos 50 anos do 25 de Abril no concelho do Fundão contém quatro dimensões: celebrativa, popular, cultural e reflexiva. 

A dimensão celebrativa tem a ver com a Sessão Solene e os 134 anos da Tomada do Carvalhal; a dimensão popular prende-se com a organização de concertos, arruadas e animação de rua; a dimensão cultural, onde a autarquia “está apostada em oferecer conteúdos importantes, como o cinema, teatro e exposições, que valorizam um dos aspetos mais importantes do 25 de Abril: a libertação cultural do país”; e, por último, a dimensão reflexiva, que visa “mobilizar as novas gerações”.

“Mobilizar as novas gerações para o espírito do 25 de Abril é um desafio, uma vez que os valores conquistados nunca estão 100% realizados e não estão irreversivelmente conquistados”, explicou o presidente da comissão permanente.

Vítor Martins disse sentir-se “honrado”, não só por presidir à comissão, mas por colaborar com um concelho ao qual tem “laços muito fortes” e uma “genuína admiração”.

Trata-se de um “grande marco na história contemporânea do país”, disse Vítor Martins, explicando que celebrar os 50 anos do 25 de Abril significa, por um lado, “honrar a memória desse momento estruturante da vida do país” e, por outro, “mobilizar os cidadãos para o significado profundo que esse momento teve, principalmente os cidadãos do pós 25 de Abril”.

“Valorizar os valores da liberdade, democracia, dignidade humana, pluralidade, justiça social e todos os valores que servem para tornar o nosso país mais desenvolvido é o significado profundo do 25 de Abril e o espírito desta comissão”, frisou.

Paulo Fernandes, presidente da Câmara Municipal do Fundão, começou por salientar o facto de este não ser um programa fechado e que a comissão organizadora está disponível para receber propostas da sociedade civil, o que revela “transparência e oportunidade para todos proporem”.

“Um dos nossos intuitivos era abrir ao máximo este programa à sociedade civil”, frisou.

O programa tem um orçamento de 100 mil euros, mas existe uma verba acrescida, no valor de 25 mil euros, para as propostas que já foram e ainda vão ser recebidas ao longo do ano.

“Esta verba pode auxiliar a que essas ideias sejam avaliadas e possam ser apoiadas, o que ajuda a fomentar ainda mais a participação”.

De acordo com o autarca, “o Fundão é, seguramente, uma das localidades da região com muitos pergaminhos associados àquilo que é a geografia da liberdade”.

“A geografia da liberdade tem, no Fundão, questões muito relevantes para aquilo que é a revolução permanente desse valor, que é podermos ser livres na nossa terra”.

No programa, destaque para atividade sobre os 134 anos da Tomada do Carvalhal, no Souto da Casa, dia 14 de fevereiro, uma manifestação, dia 24 de abril, que está inserida no Plano Nacional de Artes e irá envolver toda a comunidade educativa, a Sessão Solene, dia 25, o concerto “50 anos de Abril”, dia 13 de outubro, e o concerto “Garota Não”, a 10 de dezembro.

Até ao momento, esta é a última iniciativa do programa, que poderá decorrer até dia 24 de abril de 2025, consoante as propostas recebidas pela sociedade civil.

Estão previstas outras atividades, que ainda não têm data marcada, como a inauguração da Galeria dos Presidentes da Assembleia Municipal, que poderá contar com a presença de António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2017. Foi ainda Primeiro-Ministro de Portugal entre 1995 e 2002 e secretário-geral do Partido Socialista entre 1992 e 2002.