Belmonte: “Caravela Digital” pretende investir 45 milhões de euros numa micro-cidade de inovação e tecnologia

Apresentado no passado dia 20 na Pousada Convento de Belmonte, o projeto “Caravela Digital – Polo de Inovação Brasil/Portugal” pretende criar em Belmonte um Centro de Inovação que será um “ecossistema” de empresas tecnológicas e um polo de atração de emprego para jovens qualificados.

Estrategicamente implementado num território que está em perda de população, o Polo de Tecnologia e Inovação denominado “Caravela Digital” pretende desenvolver “as ferramentas necessárias para a produção e investigação tecnológica, criando um ambiente propiciador de interação entre os mundos académico e empresarial e político/governamental”.


Materializado propositadamente num terreno de cerca de oito hectares na zona de Maçaínhas, Belmonte, por ser um território de baixa densidade, este Polo de Inovação quer atrair o melhor do empreendedorismo e da inovação existentes no Brasil e em Portugal, focando o alvo na mão de obra jovem qualificada e numa estreita relação com o ensino superior da região (Universidade da Beira Interior, Instituto Politécnico da Guarda, Instituto Politécnico de Castelo Branco).

Com 23 lotes para acolhimento empresarial (de empresas âncora – empresas já robustas no mercado – e startups), o Polo de Inovação terá ainda um espaço de co-work para cerca de 100 postos de trabalho, espaços de pré-incubação e de incubação de ideias e empresas, espaços comerciais, postos de serviços, um centro cívico, parque urbano, escola/creche, praça de desporto, centro de convenções, centro de governação, um sistema próprio de transporte e circulação, entre outros.

Como empresas âncora estarão a Dígitro, a Cetil Informática, a Wit Software, a Vodafone Portugal, a PDM & FC, a Maxwork Automações e a DOC Service, que terão também como finalidade atrair empresas startup para o polo, sempre na ideia de importar e exportar talento e inovação.

No fundo, cria uma micro-cidade de atração de talentos qualificados para dinamizar ideias empreendedoras na área da tecnologia. Além disso, prevê criar também fogos habitacionais que correspondam às necessidades existentes e vindouras das pessoas que irão desenvolver e participar no Centro de Inovação.

O projeto “Caravela Digital” prevê um investimento 45 milhões de euros a cinco anos, considerando a criação de infraestruturas e habitação, além de todas as demais necessidades.

Para Ana Abrunhosa, Ministra da Coesão Territorial, que marcou presença na sessão de apresentação, este projeto pode ter o “epicentro em Belmonte” mas é “um projeto da região”. “Nestes territórios do Interior temos de nos mentalizar que, por muito investimento público que façamos, por muito edifícios públicos bem recuperados que tenhamos, não vamos recuperar vida se não tivermos empresas”, disse a ministra, manifestando o seu “entusiasmo” com este projeto.

Falando nos passos a seguir para a materialização do centro de inovação, Ana Abrunhosa disse que é preciso “começar a cortar o elefante em fatias”, ou seja, priorizar ações, sejam de habitação, de apoios públicos, de parcerias efetivas com instituições de ensino superior, partindo da base que “o crescimento das empresas faz-se muitas vezes no Interior”.

Da parte do Governo, a ministra deixou o “compromisso de acompanhar o projeto” e deixou o apelo de ter, em cada encontro com a equipa criadora da “Caravela Digital”, uma etapa concluída.

O projeto “ Caravela Digital – Polo de Inovação Brasil/Portugal” pode ser todo consultado aqui.